Depois da princesa do gelo, veio a princesa do deserto.
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Hoje, a competição continuou com Queen of the Desert, aventura sobre uma mulher (Nicole Kidman) rica e teimosa, no início do século XX, que atravessa uma região inóspita com a ajuda de poucos moradores locais, na intenção de atestar a sua capacidade de sobrevivência e provar seu amor ao homem de sua vida. A primeira percorria o gelo, a segunda percorre o deserto, mas os elementos são basicamente os mesmos.
Infelizmente, assim como Nobody Wants the Night, Queen of the Desert não impressiona por seu roteiro, nem pelos atributos técnicos. O diretor Werner Herzog não precisa provar mais nada a ninguém, mas o veterano se perde nos códigos do cinema épico. Algumas cenas grandiosas despertaram risos no público pela trilha sonora exagerada e pelo romance açucarado entre Gertrude Bell (Kidman) e cerca de cinco homens diferentes que cruzam o seu caminho. James Franco e Robert Pattinson também fizeram o público rir, não tanto por suas atuações - os dois abraçam seus papéis com dedicação, assim como Kidman - mas pelos diálogos terríveis que são obrigados a proferir.
A maior tristeza é ver que a história da descobridora, historiadora, cientista e militante Gertrude Bell foi reduzida a uma mulher que "ama demais", que se entrega a cada novo flerte no deserto. Entre a personagem forte e a personagem apaixonada, Herzog preferiu a paixão.
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