Os fãs de Cinquenta Tons de Cinza que estão animados esperando para ver as cenas de sexo explícitas do livro na telona podem ficar um pouco decepcionados, segundo a editora da Vanity Fair, Vanessa Grigoriadis. A diretora do filme, Sam Taylor-Johnson, conta a Grigoriadis que as cenas de sexo foram feitas com muito bom gosto: “São os detalhes, carne e dedos, pele, olhos e olhares.” Ela diz a Grigoriadis que se ela realmente visse o sexo “o mistério desapareceria. Você vê muita coisa, mas não precisa ver nada gráfico.”
Ainda assim, os espectadores podem achar as cenas ainda mais cintilantes com os ‘olhos fechados': “Era uma set fechado então nós não podíamos estar lá para essas cenas muito íntimas… Mas existe muito mais no filme que excita nessas cenas,” um dos produtores, Michael De Luca, disse a Grigoriadis. “Nós ficávamos em nossos trailers mas [os atores] tinham microfones e nós tínhamos, você sabe, headphones – e eu realmente fiquei com vergonha só de escutar. Havia alguma coisa em não estar lá mas ter o áudio que fazia com que nos sentíssemos ouvintes intrusos e então todos nós tiramos os headphones.”
Grigoriadis relata sobre a disputa que aconteceu na produção do filme, tendo como centro a determinada diretora Sam Taylor-Johnson e a autora E.L. James, cuja lealdade feroz por seus fãs e criou uma tensão no set. Para começar, seus entendimentos sobre cinema e suas referências eram completamente diferentes. Taylor-Johnson apontou as cenas de sexo para a direção do thriller Don’t Look Now de Nicolas Roeg, enquanto James dizia a Grigoriadis que seus filmes favoritos são Casablanca, Good Will Hunting, Cabaret, Aliens, The Shawshank, Redemption, Finding Nemo e It’s a Wonderful Life. “Eu sei que é uma seleção estranha – mas como a maioria das pessoas, eu apenas amo uma história de amor bem contada,” disse James.
Grigoriadis descobriu que o que foi mudado do livro para o filme – incluindo cenas que foram cortadas – foi o que causou mais drama, mesmo que James diga a Grigoriadis que ela está feliz com o resultado final: “Existe todo o tipo de diversão que você pode ter em uma sala escura… Você pode comer bastante pipoca, por exemplo… Mas há algo especial em assistir, o que só costumava existir na sua cabeça e nas páginas, nas telas para uma ‘plateia’. De alguma forma, seus sonhos se tornam realidade na frente dos seus olhos, mesmo que não exatamente do jeito que você imaginou.”
James também mandou para Mark Bridges, o designer de roupas do filme, o que ela chama de ‘emails amigáveis’ para explicar o que exatamente os fãs esperavam ver em roupas específicas como o vestido da formatura de Anastasia e o vestido ameixa de outra cena. James mandou fotos do jeans que Christian usava em seu ‘quarto de jogos’, especificando a cor do jeans e o caimento. Grigoriadis também relata no envolvimento de James no famoso caso com o elenco (o ator escolhido originalmente para interpretar Christian Grey , Charlie Hunnam, deixou o filme poucas semanas antes do começo das gravações), no design do set, no diálogos, nas vestimentas, e é claro, no sexo. Como um amigo de James disse a Grigoriadis, “Ela realmente acredita que tem que controlar as coisas pelos fãs, porque ela é a única pessoa em que eles confiam.”
Na verdade, o drama começou antes mesmo das filmagens quando o roteirista de ‘Psicopata Americano’, Bret Easton Ellis começou uma campanha no Twitter recomendando a si mesmo como roteirista. “Eu pensei, Oh, isso não é bem escrito. Não é um bom livro. Mas é uma boa história e daria um ótimo filme,” disse Ellis. Ele disse a Grigoriadis que gostou como ‘cada cena de sexo levava a um novo nível emocional e dramático. Você só teria que reescrever esses dois personagens porque ambos soam como britânicos de 50 anos.”
Ellis contou que, no entanto, “Erika [a autora] queria uma diretora e uma roteirista mulheres desde o começo.” James negou.
Via e Tradução