Aqui está um breve (há há) resumo da história até o final de Lua Nova, se você é Jacob Black:
Sendo Jacob Black
Então você é um garoto feliz. Você tem amigos legais, seu pai é bacana, mesmo sendo um pouco supersticioso. Você vai bem na escola – não tem que estudar muito. Tem bastante liberdade. Você adora todas as coisas mecânicas.
Um dia, a filha do melhor amigo do seu pai aparece. Ela é bem bonita, daquele tipo de beleza de vizinha, mas, mais que isso, você instantaneamente a entende. Espíritos gêmeos. Bella se afasta de todos os amigos da escola, parecendo totalmente interessada em tudo o que você tem para dizer. Você imediatamente se encanta, mas sabe que ela está fora do seu alcance. Ela está no segundo ano, você no primeiro – é, vai sonhando. Mesmo assim, você pensa nela bastante. Quem sabe um dia, você fica repetindo.
É claro que agora você fica muito mais interessado em tudo o que o seu pai tem a dizer sobre o Charlie. Você fica insistindo para ele fazer as pazes com o Charlie sobre a história dos Cullen. Na sua cabeça, Billy é quem está errado. Você pede que ele se desculpe. Eventualmente, ele o faz. Ele vai assistir um jogo de beisebol e, claro, você vai junto. Alguém tem que dirigir. (Você sabe que não está enganando ninguém – Billy entende na hora).
Você vê a Bella com um cara em um carro demais (o carro é a primeira coisa que você vê. Foi muito bem trabalho – mas nada chocante. Você fica impressionado). Você é seguro o suficiente em sua masculinidade pra admitir que o cara é bem bonito. Observador como você é, consegue ver a fagulhas entre os dois. Suspira – é, você sempre soube que ela seria pega bem rápido. Mas relacionamentos de escola acabam rápido, então você esquece. Se pergunta quem ele é (você conhece todo mundo por aqui) e por que o seu pai está tão esquisito.
Você tem uma chance de conversar com a Bella, e é bom de novo. É bem confortável ficar perto dela. Você pergunta quem é o cara, e ele é um Cullen, então é daí que veio a reação do Billy. Você passa uma noite agradável com a Bella, exceto pelo fato de que ela parece bem distraída e está usando um novo perfume que você detesta.
Quando chega em casa, você escuta o seu pai surtando. Ele liga para todos os amigos supersticiosos. Você entende (ouvindo escondido do seu quarto) que eles estão dizendo que não é da conta dele. Você concorda, mas o Billy nem pergunta a sua opinião. Seu pai acha que esse cara é literalmente algum tipo de mostro – dá até vergonha.
Billy vai ver o Charlie de novo, e ele ainda está chateado com a história da Bella. Ele fica bem tenso, e você imagina (ele resmunga quando fica agitado) que ele acha que está violando aquela trégua antiga. Você meio que considera mencionar que você contou as historias para a Bella, mas você sabe que tomaria bronca, então não diz nada.
Você vê a Bella e o namorado dela outra vez. É óbvio que ele é namorado dela – ele beija o pescoço dela antes dela entrar em casa. Billy quase tem um derrame. Ah, certo – vampiros. Ai Deus, o velho vai humilhar vocês dois. Você imagina porque o namorado só fica sentado lá na picape…
Você fica mais triste do que achou que ficaria. Você achava que já tinha aceitado que a Bella tinha um namorado, mas essa prova é mais depressiva do que você esperava. A diferença entre suspeitar de uma coisa e vê-la por si próprio. Suspiro. Seu pai manda você procurar algo, e só depois você percebe que ele queria ficar sozinho com a Bella. Você espera que ele não tenha se feito de bobo.
A vida continua. Você tem algumas paixonites por algumas meninas na escola, mas elas acabam rápido. Você ainda pensa bastante na Bella. Queria que pudesse só passar algum tempo com ela, mas seu pai está sendo idiota sobre a coisa do Cullen. Ele não deixa você ir visitá-la. Como se você fosse se machucar ou algo assim. Você revira os olhos para ele muitas vezes.
Bella foge de casa. Quando Billy conta isso, te afeta muito. Você se preocupa com ela – isso te mantém acordado à noite. Você não tinha idéia que ela estava tão infeliz. Você fica bravo por ter deixado o Billy te manter longe dela. Talvez você pudesse ter ajudado de algum jeito…
Então o Charlie liga para o Billy para dizer que a Bella sofreu um acidente terrível em Phoenix – ela atravessou uma janela e seu estado no hospital é grave. A noticia é como uma bigorna na sua cabeça. Quando o Billy ouve que o Dr. Cullen está lá cuidando dela, ele implora para o Charlie pegar um avião. Eles brigam de novo. Você se oferece para ir até lá e ver como ela está, mas o Billy desconta tudo em você. Você sai, mas fica se lamentando nos degraus. Você o escuta ao telefone com alguém, gritando sobre tréguas e guerras – você não consegue escutar muito bem pela porta. Mas você escuta algo sobre os Cullen machucando a Bella, e também sobre Sam. Imagina por que Sam Ulley faz parte dessa conversa. Mas não fica imaginando por muito tempo. Você está preocupado demais com a Bella.
Bella melhora e volta para casa. Você está morto de vontade de vê-la – certamente você pode pelo menos levar algumas flores, desejos de melhoras, algo assim. Mas Billy te proíbe de ir, e você não consegue convencer ninguém a te emprestar um carro (todos estão do lado do Billy). Você não acredita como essa piada de vampiro tenha ficado fora de controle.
Então o Billy muda a estratégia. Ele quer que você vá falar com a Bella. Mas ele quer que você vá de penetra no baile dela. Você se sente humilhado. Mas ele te suborna, e você quer muito ver a Bella. Você vai. Ela está tão bonita. Você passa a mensagem de dar vergonha do Billy, mas, para o seu alivio, ela ri sobre a mensagem com você. Você vê o jeito que ela para o Edward Cullen, e sabe que ela está completamente fora do seu alcance. Mas você fica bem, porque também sabe que ela sempre será sua amiga. Você quer que ela seja feliz, e esse cara claramente a deixa feliz. Você se sente mal por como o seu pai tem sido mau e errado em relação aos Cullen e você deseja que tivesse algum tato para se desculpar. Bella está usando aquele perfume horrível outra vez. Você se pergunta por que ela gosta dele.
Você tem um verão legal em La Push. Trabalha na garagem a maior parte do tempo, e também algumas horas por semana na loja para alguma grana extra, passa o tempo com Embry e Quil, sai em alguns encontros em grupo. Uma menina fica a fim de você, mas é só amizade pra você. Billy ainda está preocupado com a Bella, e você não pode evitar prestar atenção especial sempre que o nome dela é mencionado. Tem uma gangue idiota começando a se formar na cidade, e você e seus amigos tiram sarro do bando do Sam pelas costas deles.
A escola começa de novo, e tudo está bastante normal.
Tarde da noite, Billy recebe uma ligação desesperada do Charlie. Bella está desaparecida, perdida na floresta, ele acha. Billy promete ajudar. Você já está à porta, mas ele diz não. Você fica nervoso, mas começa a andar de qualquer jeito. Não chega lá até as três da manhã, e todo mundo está indo embora. Bella está dormindo, eles lhe dizem, então você não entra na casa. Você vê Sam, Jared e Paul lá, e isso te irrita. Sr. Weber oferece uma carona para casa quando te vê andando. Ele é quem te conta sobre a partida dos Cullen. As pessoas já estão fofocando sobre o assunto. Edward deixou a Bella na floresta, foi assim que ela arranjou confusão.
No começo, suas emoções são confusas. Você tem que admitir que fica um pouco feliz, mas tenta reprimir esses sentimentos. São errados – a Bella deve estar infeliz. Você torce para que ela esteja bem.
Então você começa a receber detalhes. Charlie está desesperado, e ele liga para o Billy muitas vezes para pedir ajuda. Mas nenhuma das suas irmãs passou por algo desse tipo, e o Billy não pode ajudar muito. Você ouve que a Bella está acabada, talvez catatônica, sem comer ou dormir.
Você começa a odiar Edward Cullen. Como ele pôde fazer isso a alguém tão bondoso e gentil? Que tipo de monstro ele é? Você se arrepende de um dia ter tido vontade de pedir desculpas a ele.
Ao mesmo tempo, você fica nervoso com o povo de La Push que fica comemorando a partida dos Cullen. Te irrita de verdade. Eles ficam comemorando a mesma coisa que devastou a Bella.
O tempo passa, e o Charlie fica cada vez mais preocupado. Billy não te proíbe mais de ver a Bella, mas instintivamente você sabe que ela não quer te ver – não quer ver ninguém. Você tenta não se preocupar com ela, é difícil quando o Billy fica resmungando sobre ela toda a hora. Ela está parecendo um zumbi, o Charlie diz. Ela não sorri desde que o Edward foi embora.
Meses passam. Um dia, você escuta um motor familiar rugindo do lado de fora de casa. Você nem acredita, mas Bella foi visitar do nada. Você fica muito feliz, até que a vê melhor. Ela está pior do que você podia ter imaginado. Ela perdeu muito peso e os círculos embaixo dos olhos dela estão pretos. O cabelo parece mais escuro e o rosto está branco demais. Parece que ela ia se partir em duas a qualquer minuto. Mas então ela olha para você, e ela sorri, sorri de verdade. Ela está feliz em te ver. É uma coisa pequena, mas quer dizer tudo para você.
Você presta atenção em tudo o que ela fala e faz, mas nunca de um jeito que ela nota. Você compara o jeito que está se comporta com tudo o que você ouviu do Charlie. Ela conta para você das bicicletas, e você se anima. Isso é algo em que você é realmente bom, e adoraria se mostrar um pouco. Ela parece perfeitamente confortável, e você se sente do mesmo jeito. É como se ela tivesse passado todos os dias do ano passado com você – nem dá para perceber que faz meses que você não a vê. Vocês se dão bem juntos, como sempre se deram. Espíritos gêmeos.
Você começa a perceber pelos próximos dias que tem algo mais em que você é bom além de carros: você consegue deixar a Bella feliz. Não do jeito que ela era antes, mas muito melhor do que ela esteve. Charlie e Billy ficam no telefone o dia todo, e você fica orgulhoso em saber que a está ajudando. Você a observa ficar melhor e melhor – sorrindo e rindo mais, ficando animada com os planos de vocês – e você fica grato do fundo do coração que pode fazer isso por ela.
Mas ela ainda não voltou ao normal, e você vai levando as coisas devagar. Ela parece estar se reinventando, e você dá espaço para que ela faça isso, só a acompanhando e seguindo o que ela propõe.
As coisas com a Bella vão bem, mas se não fosse por ela, sua vida seria uma droga. Embry se juntou ao culto doido do Sam, e você fica com medo por ele e furioso com ele ao mesmo tempo. Ele não fala com você. Você e Quil tentam entender o que está acontecendo, mas nada faz sentido. Billy é tão irritante com a coisa toda e fica te olhando de um jeito engraçado. Te deixa ansioso. Você conta isso para a Bella, também, e ela te deixa melhor por levar a sério. Ela te abraça e seu coração quase explode.
É claro que você percebe que está se apaixonando por ela. Você também sabe que ela ainda não está pronta, e não pensa em você desse jeito. Mas você sabe ser paciente, e mantém os dedos cruzados de que um dia ela te olhe de modo diferente. Você fica feliz por ser tão alto, por não parecer ter dezesseis anos. Você está começando a ter músculos, mesmo sem levantar todo o peso como o Quil sempre faz, e isso te deixa feliz também. Ela disse que você era meio bonito…
Ela sai com você e os amigos da escola, mas os planos dão errado e é só você, Bella e Mike Newton. É fácil perceber a tensão. Você está se sentindo bem enquanto observa – ela não gosta desse garoto. Ela não fica a vontade com ele do jeito que fica com você. Ela quase nem fala com ele. Você gosta do filme que qualquer outro que você já assistiu. Ela gosta mais de você. É óbvio.
Ele passa mal. Você espera por ele com a Bella, e está se sentindo muito esquisito. É estranho – você se sente poderoso, cheio de confiança. Está voando, e fica chocado com as coisas que diz a ela. Tudo só acaba saindo. Ela admite que você é o favorito dela, mas ela claramente ainda está de luto pelo idiota que a magoou. Por meio segundo fica cheio de raiva de que alguém pudesse machucá-la tanto. Você queria matá-lo. Fica surpreso com essa emoção e rapidamente o reprime.
Você leva a Bella para casa, e está cheio de esperança. As coisas vão dar certo. Você é o único que a deixa feliz. Ela precisa de você. Você vai fazer tudo o que puder para continuar a fazendo feliz. Você promete isso a ela. Está se sentindo ótimo. Só mais um pouco de tempo…
Você vai para casa e o Billy fica te olhando daquele jeito irritante. Está se sentindo irritado, como se houvesse agulhas espetando toda a sua pele. O quarto está quente de mais – Bella disse que você estava com febre. Você mal consegue ficar em pé.
Billy diz que você está esquisito, de um jeito todo crítico, e uma raiva insana te invade. Dessa vez, você não consegue pará-la. Você se sente girando, fora de controle, um ódio tão profundo que faz todo o seu corpo tremer. Parte de você sabe que sua reação é estúpida, mas a maior parte está possuída pela fúria. Tudo fica quente, como se o quarto estivesse pegando fogo. Você consegue sentir o calor dentro dos seus ossos.
E então, para seu horror e choque, a tremedeira fica pior e você sente seu corpo se despedaçar. Fica aterrorizado. Só leva um segundo, mas é segundo mais longo da sua vida. Você se sente explodindo e pensa que está morrendo.
Mas o seu corpo se recupera antes disso – você não se parte em pedaços. Está numa nova forma que não compreende. Sua cabeça está batendo no teto, e você está olhando para o Billy de alguma grande distancia. A tremedeira parou, mas o ódio ainda está lá. Tudo está quente e vermelho. Você tenta gritar com o Billy, fazê-lo explicar, mas tudo o que sai é um uivo horrendo. Você dá um passo na direção dele, e o quarto balança. Seus lábios estão por cima dos dentes e você pode ouvir os rosnados e que sacudir o Billy e exigir saber o que ele fez com você. Você se estica para ele, e essa pata enorme, com garras se move ao invés da sua mão. Você olha para baixo e um urro de terror sai por seus dentes.
Billy fala como você como se você fosse uma criança, devagar e tranqüilizador, dizendo para ficar calma, que tudo ficará bem. Mas ele não explica o que aconteceu – o que você é. Te deixa com raiva de novo o fato dele não parecer surpreso. Ele estava esperando isso? Por que ele não te avisou?
Billy vai até o telefone e liga para alguém. Assim que você ouve o nome do Sam, surta. Sam sabe disso. Rosnados horríveis enchem a casa. Billy parece assustado e você está bem na cara dele, seus maxilares querendo morder. Você se joga para trás, e escuta o uivo assustado de novo.
É então que começa a escutar vozes na sua cabeça. Mas são muito mais que vozes. Por trás das palavras, você pode ver imagens e sentir o que sentem. Dentro de segundos, você entende. Você vê a palavra por trás das outras palavras, a resposta para a sua pergunta. Lobisomem. Voe é um mostro.
Embry é o que mais ajuda. Você reconhece a voz dele mesmo que não tenha som. Você vê como ele está aliviado de que você está com ele agora. Sam deixa que ele explique, deixa que ele te tire da casa (Billy te ajuda a sair da casa – seus ombros mal conseguem atravessar a porta). Na floresta atrás da sua casa, você vê os outros pela primeira vez. Eles são enormes e terríveis. Você está apavorado de saber que é como eles.
A noite é longa. Eles te mostram tudo. Todas as hitórias e as lendas que você escutou durante a vida toda na verdade são fatos. É como chegar em Oz, tudo ganhando cor, exceto que esse novo mundo não é um lugar bonito e cheio de munchkins. Você está dentro de um filme de terror. Você é um dos monstros. Eles te mostram porque isso aconteceu, e essa é a pior parte. Porque os vampiros são reais também. E é culpa deles que você virou essa coisa. Mais que isso, não só os vampiros sanguessugas literalmente existem como a sua amiga, a garota que você ama, ainda é apaixonada por um deles. Primeiro você não acredita que ela saiba da verdade, mas eles te convencem que ela é completamente consciente. Te deixa enjoado agora, lembrar como ela ainda fica de luto por ele.
Você é um monstro também, mas não um dos ruins. Você é o tipo que existe para proteger sua família dos ruins de verdade. Não que isso sirva de consolo. Especialmente quando eles dizem que ser um protetor lendário você não pode mais ficar perto de gente normal. Você é perigoso demais por enquanto. Em seis meses, um ano, quem sabe. Você tem que continuar indo a escola para manter o segredo, mas nada de outros riscos desnecessários. Na escola, você deve concentrar todo a sua energia em ficar calma. Esquecer as aulas. Só não mate ninguém.
E a Bella está totalmente fora de questão. Quando você reclama, vê as memórias do Sam. É como se você estivesse lá. Você o vê implorando para a Emily. Você ouve a resposta que enche o Sam de uma fúria irracional – a fúria que é a marca e a maldição dos lobos. Você o sente explodir, a mão na direção dela. Você vê as garras rasgarem o rosto dela. Você a vê atingir o chão, inconsciente. Você sente o terror dele, o pânico. É tão forte que ele não consegue se transformar de volta para ajudá-la. Você acha que a está vendo morrer (mesmo sabendo que ela sobreviveu, te deixa acabado – você vomita com a dor da memória). Você vê o Jared e o Paul correr para trazer a Sue Clearwater (uma enfermeira – a melhor alternativa disponível quando o pessoal do hospital é vampiro). Sue cuida da Emily enquanto o Sam se contorce de agonia na floreta, se escondendo, ainda incapaz de se acalmar o bastante para voltar…
E você sabe que eles estão certos, você não pode mais ver a Bella. Sua promessa vai se quebrar. Você vai magoá-la, assim como o outro mostro fez.
Vendo as memórias do Sam acabarem, você vê como se transformar de volta. Se acalma do jeito que ele fez, e se sente tremer e voltar a forma verdadeira. Pelado e enjoado, você se curva no escuro e chora como nunca chorou na vida.
Os outros ficam surpresos. Levou dias ou até semanas até que o resto deles conseguisse se transformar de volta.
Sua nova vida começa tensa. Não só os vampiros são reais, como eles ainda estão aqui. Novos, não os Cullen. Estão caçando na área, e é seu trabalho pará-los. Essa parte você consegue. Todo o ódio pelo o que Edward e o resto dos Cullen fizeram a Bella é canalizado às caçadas para esse par, o macho de cabelo escuro com a companheira ruiva.
Quando você consegue pegar o macho, é quase tarde demais. Você segue o cheiro do vampiro cuidadosamente, tentando surpreendê-lo. Jared vai à frente porque os olhos dele são como binóculos – conseguem enxergar por quilômetros. O vampiro pára em uma clareira pequena, e Jared o vê conversando com a Bella. Você se apressa, mas o Sam hesita. Vocês estão fora das terras da trégua. Esse é um dos amigos dos Cullen? Ele quebrou a trégua ao matar as pessoas, mas vocês não podem provar – não testemunharam. Sam não quer começar uma guerra sem ter certeza das conseqüências. Você acha que ele ficou cuidadoso demais. Discute, e quando fica claro que esse Laurent quer machucar a Bella, Sam rapidamente fica do seu lado.
Matar Laurent é mais fácil do que todos vocês esperavam. É porque eram cinco contra um? Você sabe que esse não é o caso. Você e Sam fizeram a maior parte do trabalho, e você sente que você conseguiria ter feito tudo sozinho. Talvez os vampiros não são tão durões como as histórias fizeram todos vocês acreditarem.
A imagem do rosto amedrontado da Bella da clareira sempre está atrás dos seus olhos. Ela estava apavorada – mais horrorizada com a sua nova cara do que estava com o vampiro caçador e de olhos vermelhos. Você se pergunta constantemente como ela explicou para si mesma o que viu.
A caçada continua e a vampira ruiva prova se muito mais esquiva. O bando não entende os motivos dela, então é difícil adivinhar seus movimentos. E ela é muito boa em fugir.
Ter um vampiro por perto te deixa nervoso. Todos eles parecem chegar perto da Bella no fim. Você corre pela casa dela à noite, para ter certeza que ela está segura.
A vida normal virou um dever. Mas os outros ficam impressionados com o seu controle, e durante aquelas poucas semanas atrás do vampiro de cabelo preto, eles ficam cada vez mais abobados. Você é melhor em controlar suas “crises” (como você as chama) do que qualquer um deles. Demorou meio ano para o Sam chegar no ponto que você chegou em duas semanas. Você já é melhor que o Embry, Jared e Paul. Mas isso não te deixa mais feliz. Por que alguém gostaria de ser melhor em ser um lobisomem?
Assim, você começa a pensar que seria capaz de ver a Bella. Você tem certeza, agora que sabe o que esperar, que pode se controlar perto dela. E ela liga o tempo todo. Os monstros na floresta deviam sem dúvida tê-la traumatizado. Ela precisa de você. E isso fica na sua cabeça a maior parte do tempo. Sam te castiga – ninguém sabe melhor que ele como é cometer um erro.
Você não pode nem conversar por ela pelo telefone. Todos os lobos e os anciãos ficam perturbados com as suas memórias – todos foram tão cuidadosos com a trégua, e você a quebrou, mesmo sem saber. Pelo menos os vampiros que concordaram com a trégua foram embora, então isso não significa uma guerra. E a Bella não pareceu acreditar um mais que uma história… Mas o Sam te dá uma ordem: você não pode contar a verdade para Bella. E ele diz isso na forma de lobo, e você pode sentir a autoridade pelos pensamentos. Ele é o lobo alfa, e você não pode desobedecer.
Mas a Bella é persistente, e você não fica surpreso quando ela monta guarda do lado de fora da sua casa. Você convence os outros que pode lidar com uma conversa, que tem que ser feita uma hora ou outra. Sam concorda – ele não está disposto a mandar muito em sua forma alfa, com você menos que o resto (mas essa história é para outra hora). Ele te previne para ficar calmo, e insiste que você diga o que for preciso para mantê-la longe. Ele está pensando na Emily, e como você pode discordar disso?
É mais difícil do que você achou que seria. Você observa o rosto da Bella quando quebra a promessa, e é como se alguém estivesse de esfaqueando. Você é tão mau quanto o vampiro que a despedaçou. É como se você estivesse tirando toda a sua esperança e felicidade, e a dela também, e esmagando com suas próprias mãos. Algumas vezes a raiva é mais forte – você começa a se esquentar, mas consegue controlar. O mais perto que chega de perder o controle é quando ela defende os vampiros. Como ela pode pensar bem deles, especialmente agora, depois de tudo o que eles fizeram para ela? Como se só ser vampiro não bastasse.
E então ela começa a colocar a culpa nela mesma – ela pensa que fez algo de errado, e é por isso que você está fazendo isso. Ela quase te implora. Você se odeia de verdade por estar fazendo isso com ela. Você foge, se transformando assim que você fica fora de vista para que não chore como fez antes.
É uma longa tarde. Você fica cansado do Embry tentando te consolar, cansado da aprovação do Sam pelo que você fez. Você se pergunta amargamente se não marcou a Bella tão profundamente quanto o Sam marcou a Emily. Você volta para sua forma humana para escapar deles, e pensa a noite toda. Você sai de casa para se afastar do Billy, que é tão irritante quanto os outros.
Você percebe que mesmo o Sam tendo te proibido de explicar as coisas para a Bella, tecnicamente, ele não te proibiu de vê-la. Você sabe que isso vai ser complicado, mas não agüenta que ela fique imaginando que não quer ser amigo dela. Você tem que se desculpar, arranjar um jeito.
Você vai de moto e a esconde em outra rua. Entra no quarto dela, e se surpreende em ver como ela está brava. E outra, ela está horrível – quase tão ruim como da primeira vez que você a viu. Os olhos estão vermelhos e o rosto molhado. Você se odeia de novo, ao ver isso. Tenta explicar, mas as ordens do Sam ficam atrapalhando.
Você tenta pelo menos deixar claro o quão importante ela é e que essa separação não é culpa sua. Enquanto você fala com ela, primeiro acha que estava errado em querer vir para cá. Não está deixando as coisas melhores. Elas não podem ser melhores, enquanto ela não entender. Se ela somente acreditasse em todas as histórias daquele primeiro dia…
Você percebe que ela já sabe o que você quer que ela saiba. Você tenta fazer com que ela se lembre, que junte as peças, mas ela está quase dormindo e confusa. Você fica mais esperançoso, mas também mais tenso. Ela vai se lembrar? Ela vai entender? Se sim, o que ela vai pensar? Ela vai ficar assustada e enojada? A idéia de que ela talvez se sinta assim te deixa nervoso. Ela foi capaz de aceitar um vampiro… Isso te dá nojo.
Assim que você se transforma de novo, Sam e os outros ficarão sabendo de tudo sobre essa brecha. Você espera que possa manter a noticia longe deles até que a Bella entenda as coisas. Volta de moto para casa, e promete que vai se manter calmo, custe o que custar.
Quando você acorda de manhã, Billy diz que a Bella passou na sua casa, e que ela está esperando por você na praia. Você fica animado e receio. Ela devia ter juntado as peças. Ela não ligou. Ela já tinha aceitado o que você era?
Então você chega à praia e vê a cara dela. Ela está assustada e chateada. Você consegue ver na expressão dela que ela não fica contente com essa sua nova vida. Isso te deixa furioso. Você tem que concentrar todas a sua energia para permanecer humano. Você a acusa de ser hipócrita, e então sente um alivio incrível quando o desentendimento é esclarecido. Incomoda saber como ela protege seus vampiros, mas pelo menos a aceitação dela se aplica a você também. Outra vez, você se sente esperançoso. Talvez vocês possam passar por cima de toda essa bagunça e ficar juntos de novo.
É um alivio imenso poder conversar abertamente com ela outra vez. Você fica surpreso que ela sabe mais sobre os vampiros fora de Forks do que o bando, e horrorizado que a ruiva estava atrás da Bella o tempo todo. Você fica ansioso para falar com os outros; você quer um plano em ação para proteger a Bella. Você fica muito irritado, sabendo que existe alguém que quer machucá-la. Pela primeira vez, você fica feliz em ser um lobisomem. É horrível, mas, ao mesmo tempo, você pode proteger a Bella. Parece que de repente, vale a pena.
Você chama o bando todo. Enquanto você está confiante que pode se controlar perto da Bella, você esquecer de considerar os outros. Paul reage pior que você esperava. Você tem que se transformar bem na frente da Bella para protegê-la, e não tem uma chance de ver a reação dela. Você tem que tirar o Paul de perto dela. Para a sua sorte, você está ficando maior e mais forte a cada dia que passa. Não é difícil empurrar o Paul até a floresta. Sam junta-se a vocês rapidamente, e ordena que o Paul se acalme. Você explica para eles sobre a ruiva e Bella – não demora muito, falando através dos pensamentos como vocês fazem. Embora o Sam admita que essa informação é importante e útil, ele de dá um sermão. Ele diz que você colocou a Bella em perigo hoje, e então ele dá um sermão no Paul, por ser o perigo. Finalmente, ele te lembra que ele entende, e vocês três voltam a ficar bem. Melhor que antes, você percebe. Você acha fácil fazer parte da situação, agora que ela ajuda a Bella.
É estranho como as coisas voltam ao normal, enquanto ao mesmo tempo, tudo é diferente e perigoso. Bella é a peça chave que te ajuda a balancear tudo. Você dorme algumas horas por noite, mas a maior parte do tempo está correndo pela floresta com o Sam ou o Embry, procurando algum sinal de que a vampira ruiva tenha voltado. Quando não é seu turno, você passa o máximo de tempo que pode com a Bella. Há um novo nível de intimidade à amizade de vocês. Vocês sabem todos os segredos um do outro, e isso faz mais diferença do que achou que faria. Você fica impressionado com o quanto ela não podia falar, como ela esteve sozinha durante o tempo que ficou quebrada. Ainda te deixa perturbado em ver o quanto ela está de luto pelos Cullen. Você não consegue ver a diferença entre os Cullen e a vampira que está atrás dela, mas ela consegue. Ela obviamente tem medo daquela vampira. Você tenta confortá-la. E fica feliz que ela não tem mais que ficar sozinha com isso.
Você se preocupa com a Bella ficar sozinha quando você está de patrulha. Você não fica feliz quando os seus planos de levá-la para se divertir – quebrar a ansiedade constante – são interrompidos pela Victoria. Ela faz uma tentativa capenga de cruzar para o seu território. Você acha muito suspeito, e quando ela entra na água, você se preocupa que ela tenha outro plano. Você, Jared e Embry correm pela costa, procurando algum sinal de que ela tenha tentado pisar em terra firme. Você volta para La Push sem cruzar com o cheiro dela. Embry continua com o Jared, mas você quer ver a Bella. Só para ter certeza que a ruiva não passou a perna em vocês.
Bella não está na praia, nem a ruiva, nem ninguém. Você continua até as árvores, mas a tempestade está tão forte que ninguém está por perto para te ver. A picape dela não está na frente da sua casa. A primeira coisa que você pensa é que ela voltou para casa, mas marcas de pneus recentes levam em outra direção. Não é até que você encontra a picape abandonada na estrada perto dos penhascos que você se lembra do que tinha prometido no dia anterior. Pular do penhasco. No mesmo instante, você escuta o grito da Bella, longe, desaparecendo conforme o som vai caindo.
Você corre até a beirada do penhasco em segundos. Não consegue ver nada lá embaixo – as ondas são muito fortes, não há sinal da queda recente dela. Você se joga, mergulhando de cabeça na água escura.
A água está bruta. Você sabe o quanto de força está usando para conseguir nadar por ela, e sabe que a Bella não é assim tão forte. Nenhum humano é assim tão forte para dar conta dessa correnteza.
Você procura freneticamente, seus olhos afiados passando pela água. Finalmente, você vê algo brilhando, braço – as mãos dela lutando inutilmente contra as ondas. Você está submerso, quase sem ar, e com um pânico gigante. Nenhuma outra pessoa teria sido capaz de conseguir sob as mesmas circunstancias, nem mesmo o Sam, mas você se concentra e se força a voltar à sua forma humana. Então você pega a Bella e puxa para a superfície.
Você queria ter trazido o kit de primeiros socorros. Tudo em que você consegue pensar é tirar a água dos pulmões dela. Tem tanta. No começo ela está consciente, mas depois apaga. Você não sabe o que fazer. Você a leva de volta para a praia, esperando que consiga a ajuda desse jeito. Os pensamentos do Jared e do Embry estavam com você durante a queda, mas agora você está desconectado deles.
Sam chega, mas a Bella acorda antes que ele possa fazer muito mais do que te contar da tragédia na vila. Você fica chateado em tê-lo tirado do lugar que precisam dele. Bella parece estar bem. Você não sabe se ela precisa de um medico, mas ela só quer descansar, então você a leva para casa. Está exausto de tantas noites correndo, e você dorme ao lado dela. Se sente bem lá, juntos e sem segredos entre vocês, sabendo que ela está segura.
Billy te acorda quando chega em casa. É devastador saber que Harry se foi. Ele era um dos melhores amigos do Billy, um tio em tantos jeitos, e também um dos três anciãos que sabiam sobre os lobos. Não parece justo que ele tenha morrido.
Você leva a Bella para casa, sabendo que o Charlie estará de luto também. Pela primeira vez desde a noite em que você se transformou – a noite daquele filme horrível – você pensa que isso talvez dê certo. Parece certo segurá-la desse jeito. Ela sente o mesmo? Talvez não seja tão forte quanto ela se sentia sobre o vampiro, mas deve significar que nenhum dos dois fica completo sem o outro. Parece que é seu destino ficar com ela.
Ela começa a se afastar. Ela não está pronta, mas você acha que ela estará. Só mais um pouco de paciência. Você abre a porta do carro, e esse pensamento pacífico é ameaçado.
Há um vampiro por perto. Seu primeiro palpite é a ruiva, e você imagina que ela usou a distração da morte de Harry para se desviar. Não tem certeza de onde ela está e se ela está observando. Você tem medo de que ela comece a caçar, caso ela entre enquanto você a está procurando. Decide que a melhor coisa é levar a Bella de volta a La Push, deixá-la com o Embry e então caçar a ruiva com o Sam.
Mas algo não está certo. O cheiro é outro. Um vampiro, obviamente, mas não é o mesmo cujo cheiro vinha vindo queimando seu nariz pelas ultimas semanas.
Antes que você tenha alguma idéia, a Bella pede para você parar. O rosto dela está mais brilhante desde o dia que ela foi procurar você, toda machucada. Ela acha que os Cullen voltaram, e o carro brilhante parado em frente à casa dela dá evidencia à teoria. O entusiasmo dela te deixa enjoado. Você fica furioso. É difícil se acalmar.
Fica claro que você terá que levá-la a força se quiser impedi-la de entrar na casa. Ela parece certa que são os vampiros dela. Ela já foi embora – mentalmente, ela está a quilômetros de distancia de você. E você te responsabilidades. O bando esteve ignorando as linhas da trégua completamente desde que os Cullen partiram. Você não pode deixar que seus irmãos arrumem confusão, não sabendo que os Cullen está de volta.
Você odeia ter que deixá-la, e fica bravo que é isso que ela quer. O futuro que parecia tão esperançoso há alguns minutos se transforma em nada. Ela nem se importa que eles foram embora? Isso não importa? Nenhuma vez ela expressou algum tipo de ódio em relação a eles pelo que fizeram a ela. Você imagina que ela nunca sentiu esse ódio. Ela aceita o que eles fizeram sem nem questionar.
Você precisa ir embora, porque você não vai conseguir se segurar por muito mais tempo. Consegue sentir a raiva crescendo. Você a deixa sozinha na rua, desejando mais que qualquer coisa que ela te chamará, que ela mudará de idéia. Ela não muda.
Você corre para o hospital, e então se transforma de volta. A raiva diminuiu um pouco, e você fica preocupado com a segurança dela de novo. Você liga e ela atende. Os Cullen voltaram, e ela escolheu os vampiros ao invés de você.
É uma noite péssima para os lobos quileutes. Sam volta as linhas de patrulha ao normal para que vocês só protejam alguns quilômetros da reserva. Sam não quer deixar nenhum buraco – talvez haja meia dúzia de vampiros por aí, e as intenções deles não são claras. Você se preocupa com a Bella e a ruiva, mas Sam diz para deixar que os Cullen cuidem disso eles mesmos. Você fica péssimo com a idéia da Bella pertencendo a eles.
Os dias passam. Ninguém tenta cruzar a linha. Billy liga para o Charlie, e parece que só um dos Cullen voltou, e ela está passando os dias com eles. Isso te deixa assustado. Sam está preocupado – qual é a nova medida? As linhas da trégua voltaram? Por quanto tempo? O resto deles também vai voltar? Eles sabem sobre a ruiva? Eles consideram que ela esteja sob a proteção da trégua também? Se sim, a trégua está desfeita. E se eles não a pararem, o bando irá considerá-los como cúmplices. Sam, Billy e o velho Quil discutem a possibilidade de uma guerra…
Mas o Sam quer informação primeiro – tentar manter as coisas civilizadas pelo máximo de tempo possível – e você se oferece como voluntário. Insiste em ir pessoalmente. Você precisa ver o rosto dela, ver o quão envolvida ela está. Você diz ao Sam que vai ter mais informação pessoalmente, que você saberá melhor se ela está mentindo. Você não o engana com seus motivos, mas seus argumentos parecem inúteis.
Então você vai durante o funeral, para que consiga falar com ela honestamente, sem arriscar que o Charlie interrompa. Jared e Embry não querem te deixar sozinho, mesmo quando você tem certeza que a vampira saiu. Você sabe que eles ficaram por perto, mas não quer que eles escutem. Você quer falar com a Bella, falar de verdade, mas é o máximo que pode fazer para ficar calmo. A casa dela fede – queima seu nariz. O fedor de vampiro está grudado nela. Vocês estão um pouco hostis, mas ela responde as suas perguntas. A Cullen só está visitando. Você diz a si mesmo que as coisas voltarão ao normal quando a vampira for embora de novo.
Você não consegue ir embora. Vê que a magoou, e volta e a encontra chorando. Você se sente pior, e melhor. Melhor porque ela pelo menos se importa com você o suficiente. Ela está chorando por você. Isso já é algo.
Você consegue falar com ela, mas é difícil. Ela os ama. Os monstros que a machucaram – ama todos. Ela se importa com você também, mas não tanto. Ainda, a vampira irá embora… Você está confuso, sem saber como se sentir.
Você a segura em seus braços, e é como antes – como se fosse o destino. Você pega o rosto dela nas mãos, e de repente você quer beijá-la mais do que qualquer coisa no mundo. Não é como você planejou – a hora é péssima com a vampira por perto. Mas depois você pensa que isso também seja o destino. Talvez ela vai sentir isso. Você vê o conflito nos olhos dela, e imagina que lado ela vai tomar quando os seus lábios tocarem os dela.
O telefone toca bem nessa hora inoportuna, e você atende. Que escolha tem? Pode ser o Sam, pode haver algum problema. Você ouve o tom claro, cantante da voz com um leve sotaque britânico, e sabe quem está ligando na primeira palavra. Outro deles. Talvez a Bella estivesse errada sobre o resto deles voltar também. Talvez ela estivesse mentindo.
Billa fica nervosa de novo quando o vampiro desliga na sua cara. Antes que você possa esclarecer, sente a queimação fresca de uma vampira próxima. Escuta o leve som da aproximação quase silenciosa da vampira. Você tenta ir embora, mas o cheiro é mais forte na sala. Antes que você possa sair pelos fundos, a sanguessuga está lá.
Ela é uma coisinha minúscula, mas depois do que a Bella disse sobre os vampiros com talentos extras, você não vai abaixar a guarda. E ela nem presta atenção em você. Ela mal parece consciente das coisas ao redor, perturbada com algo. Bella a chama de Alice. Alice fala o nome do Edward uma vez, e a Bella desmaia. A vampira a machucou? Você não vê nada. Mas se inclina para pegar a Bella antes que a vampira possa tocá-la, e a tira de perto dela.
A vampira parece bem chateada, e isso te surpreende. Você não tinha percebido que eles tinham muitas emoções. Fica revoltado e impressionado em como a Bella e a Alice parecem confortáveis em se tocar. Você pensou que a vampira não seria capaz de tocar humanos sem os machucar. E a Bella parece tão à vontade com Alice – capaz de interagir com ela como se ela fosse humana. Bella parece vê-la desse jeito – quase como uma pessoa.
A conversa é difícil de seguir. Você entende que o Edward Cullen está em algum tipo de confusão, e é culpa de uma tal de Rosalie. Bella está gritando e exigindo ajudar, e a vampirinha vai deixá-la tentar, embora ela tenha deixado claro que é uma missão suicida.
Você segue a Bella até a cozinha, onde ela escreve um bilhete para o Charlie. Você pede a ela que não vá. É como se você não tivesse dito nada. Ela pede que você tome conta do pai dela.
Bella corre para fazer as malas, e você fica sozinho com a Alice. Você se afasta o máximo que pode dela – o instinto para se transformar e atacar é difícil de reprimir – e a acusa de estar levando a Bella para a morte dela. Na verdade é mais fácil falar com ela do que você teria pensado – ela reage e fala como um humano, embora a aparência dela seja assustadoramente alienígena. Aos seus olhos afiados, ela é como um cristal ambulante, toda angulosa e brilhante.
Alice discute por um momento, e então a Bella volta e elas se preparam para partir. Você irá vê-la novamente? Você literalmente implora para que ela não vá, mas a Bella vai embora depois de beijar a sua mão. Você mal pode se segurar por meio segundo quando percebe que ela vai morrer por aquele parasita que arruinou a vida. Pela primeira vez desde o começo, você perde o controle de si mesmo e explode em lobo contra a sua vontade.
A vida fica mais sombria do que foi antes. Os outros estão aliviados que a Alice Cullen foi embora, levando a Bella ou não. Eles tentam esconder os sentimentos de vocês, mas é claro que não há segredos em um bando de lobos. Sam cuidadosamente estende as linhas da patrulha, e você toma um cuidado extra para cuidar do Charlie, como a Bella te pediu.
É assim que você descobre que a ruiva está tentando pegar a Bella outra vez. O bando circula, lentamente aproximando o perímetro, deixando-a chegar mais perto de Forks enquanto estabelecem uma linha entre ela e Charlie… No entanto, ela abruptamente dá meia volta e foge. Você a persegue, mas ela é esperta e mais rápida que o vampiro de cabelo preto. O voo rápido dela o pega desprevenido – você não deu sinal da sua aproximação. Procurando pistas sobre o fato, Sam junta o que aconteceu. O caminho dela cruzou com uma trilha deixada pela Alice Cullen. Isso parece ter sido o suficiente para fazê-la entrar em pânico. Isso pelo menos deixa claro que ela não é amiga dos Cullen.
Charlie está desesperado, naturalmente. Ele vai até La Push para te interrogar, ver se você sabe algo que o ajude a achar a Bella. Você queria poder dizer tudo sobre os Cullen a ele, mas não pode entregar os próprios segredos, e que bem isso faria a ele? Nenhum de vocês pode salvar a Bella agora.
Rumores se espalham por Forks quando a Bella volta viva. Charlie não liga para o Billy na hora – aparentemente ele está furioso demais – então você escuta as coisas da Leah Clearwater. Charlie ligou para cancelar uma visita a mãe dela; ele não queria deixar a Bella sozinha, porque ela está muito enrascada. Você fica aliviado que a Bella esteja bem, e não se importa com mais nada no começo. Mas não demora muito até que as notícias ruins cheguem. Dr. Cullen vai voltar para o hospital – a família inteira voltou à cidade. Sam convoca as patrulhas de novo, mas não tão longe como antes. Se eles voltaram para ficar, então o bando tem que reforçar as fronteiras outra vez. Ter certeza que não há desentendimentos quanto ao que pertence aos quileutes.
Através do Charlie, o Billy fica chateado. Edward está de volta, aparentemente nomeado como “namorado” da Bella de novo, sem nenhuma repercussão da deserção dele. Bella não vem te ver, e você fica bravo, embora não esperasse realmente que ela viesse. Você também está bravo por saber que o Charlie deixa a Bella namorar o Edward de novo. Ele não devia, como pai, fazer algo sobre isso?
Você bola um plano, mas não pensa muito nele. Se deixá-la de castigo, ela não vai poder vê-lo… Talvez, se ela ficar longe dela, ela vai poder se livrar do feitiço qualquer que ele colocou nela e se lembrar quem ele é, e o que ele fez.
Outra, você tem uma nova preocupação agora. Desde que a Alice voltou, seu maior medo é que algum dos vampiros perca o controle perto da Bella e a mate por sede. Te acorre agora, que talvez haja algo pior. Talvez eles têm intenções piores do que usá-la para saciar o apetite. Você nem que ter a idéia na sua cabeça, mas não pode evitar.
Talvez eles tentem fazê-la uma deles.
É a pior coisa que você pode imaginar. É pior que matá-la – roubar a essência dela e deixá-la como uma criatura inumana de pedra, uma zombaria da pessoa que ela foi um dia. Era como se deixasse que um estranho tivesse o corpo dela, só que uma versão fria, deformada desse corpo.
Você sabe que a única coisa que deixaria o Charlie nervoso, mais que qualquer coisa (exceto pela verdade, que você não pode dizer a ele), é a moto da Bella. Você a leva até a casa dela e diz ao Charlie que está devolvendo, porque a Bella não vai mais para La Push. Charlie fica da cor de uma beterraba e grita com você por quinze minutos, prometendo que vai contar para o Billy que está acontecendo. Quando ele te deixa ir, você se esconde na floresta ao invés de ir embora, sabendo que o sanguessuga irá saber pelo seu cheiro que você esteve aqui. Você tem um aviso para entregar.
Assim como você esperava, Edward Cullen chega com a Bella para te encontrar antes que ela veja o Charlie. É muito difícil se controlar, mas você não vai se meter numa briga com a Bella ali. Ela pode se machucar e você não vai quebrar a trégua dessa vez. Deixe que os Cullen sejam os malvados dessa vez.
Bella está furiosa. Você estava preparado para isso, mas ainda é ruim vê-la magoada.
O vampiro de pega de surpresa, te agradecendo pelo que você fez pela Bella. Você se recusa a acreditar que ele está sendo honesto. É só algum truque. Você descobre que a habilidade de ler a mente dele é ainda piore do que você imaginava. Ele vê tudo o que você está pensando.
Embora ele já saiba o aviso que você veio dar, você responde a pergunta da Bella sobre a trégua. Não só eles não podem se alimentar de humanos como se eles quiserem preservar a paz com os lobos, eles não podem criar novos vampiros.
A reação nervosa da Bella diz muito mais que você queria saber. Até aquele momento, você se preocupava que os Cullen estivessem pensando em transformá-la. Você não esperava que ela soubesse desse plano. Agora você vê que ela própria está planejando isso – que é isso que ela quer.
Você precisa se esforçar muito mais do que uma dia precisou para manter a forma. O resto da conversa não significa nada. Bella quer ser uma vampira. Ela não percebe que essa transformação é só outra forma de morte – pior que qualquer outra.
Se ele transformá-la, significará guerra. Você corre para casa para dizer aos seus irmãos. Vocês precisam se preparar…
Sendo Jacob Black
Então você é um garoto feliz. Você tem amigos legais, seu pai é bacana, mesmo sendo um pouco supersticioso. Você vai bem na escola – não tem que estudar muito. Tem bastante liberdade. Você adora todas as coisas mecânicas.
Um dia, a filha do melhor amigo do seu pai aparece. Ela é bem bonita, daquele tipo de beleza de vizinha, mas, mais que isso, você instantaneamente a entende. Espíritos gêmeos. Bella se afasta de todos os amigos da escola, parecendo totalmente interessada em tudo o que você tem para dizer. Você imediatamente se encanta, mas sabe que ela está fora do seu alcance. Ela está no segundo ano, você no primeiro – é, vai sonhando. Mesmo assim, você pensa nela bastante. Quem sabe um dia, você fica repetindo.
É claro que agora você fica muito mais interessado em tudo o que o seu pai tem a dizer sobre o Charlie. Você fica insistindo para ele fazer as pazes com o Charlie sobre a história dos Cullen. Na sua cabeça, Billy é quem está errado. Você pede que ele se desculpe. Eventualmente, ele o faz. Ele vai assistir um jogo de beisebol e, claro, você vai junto. Alguém tem que dirigir. (Você sabe que não está enganando ninguém – Billy entende na hora).
Você vê a Bella com um cara em um carro demais (o carro é a primeira coisa que você vê. Foi muito bem trabalho – mas nada chocante. Você fica impressionado). Você é seguro o suficiente em sua masculinidade pra admitir que o cara é bem bonito. Observador como você é, consegue ver a fagulhas entre os dois. Suspira – é, você sempre soube que ela seria pega bem rápido. Mas relacionamentos de escola acabam rápido, então você esquece. Se pergunta quem ele é (você conhece todo mundo por aqui) e por que o seu pai está tão esquisito.
Você tem uma chance de conversar com a Bella, e é bom de novo. É bem confortável ficar perto dela. Você pergunta quem é o cara, e ele é um Cullen, então é daí que veio a reação do Billy. Você passa uma noite agradável com a Bella, exceto pelo fato de que ela parece bem distraída e está usando um novo perfume que você detesta.
Quando chega em casa, você escuta o seu pai surtando. Ele liga para todos os amigos supersticiosos. Você entende (ouvindo escondido do seu quarto) que eles estão dizendo que não é da conta dele. Você concorda, mas o Billy nem pergunta a sua opinião. Seu pai acha que esse cara é literalmente algum tipo de mostro – dá até vergonha.
Billy vai ver o Charlie de novo, e ele ainda está chateado com a história da Bella. Ele fica bem tenso, e você imagina (ele resmunga quando fica agitado) que ele acha que está violando aquela trégua antiga. Você meio que considera mencionar que você contou as historias para a Bella, mas você sabe que tomaria bronca, então não diz nada.
Você vê a Bella e o namorado dela outra vez. É óbvio que ele é namorado dela – ele beija o pescoço dela antes dela entrar em casa. Billy quase tem um derrame. Ah, certo – vampiros. Ai Deus, o velho vai humilhar vocês dois. Você imagina porque o namorado só fica sentado lá na picape…
Você fica mais triste do que achou que ficaria. Você achava que já tinha aceitado que a Bella tinha um namorado, mas essa prova é mais depressiva do que você esperava. A diferença entre suspeitar de uma coisa e vê-la por si próprio. Suspiro. Seu pai manda você procurar algo, e só depois você percebe que ele queria ficar sozinho com a Bella. Você espera que ele não tenha se feito de bobo.
A vida continua. Você tem algumas paixonites por algumas meninas na escola, mas elas acabam rápido. Você ainda pensa bastante na Bella. Queria que pudesse só passar algum tempo com ela, mas seu pai está sendo idiota sobre a coisa do Cullen. Ele não deixa você ir visitá-la. Como se você fosse se machucar ou algo assim. Você revira os olhos para ele muitas vezes.
Bella foge de casa. Quando Billy conta isso, te afeta muito. Você se preocupa com ela – isso te mantém acordado à noite. Você não tinha idéia que ela estava tão infeliz. Você fica bravo por ter deixado o Billy te manter longe dela. Talvez você pudesse ter ajudado de algum jeito…
Então o Charlie liga para o Billy para dizer que a Bella sofreu um acidente terrível em Phoenix – ela atravessou uma janela e seu estado no hospital é grave. A noticia é como uma bigorna na sua cabeça. Quando o Billy ouve que o Dr. Cullen está lá cuidando dela, ele implora para o Charlie pegar um avião. Eles brigam de novo. Você se oferece para ir até lá e ver como ela está, mas o Billy desconta tudo em você. Você sai, mas fica se lamentando nos degraus. Você o escuta ao telefone com alguém, gritando sobre tréguas e guerras – você não consegue escutar muito bem pela porta. Mas você escuta algo sobre os Cullen machucando a Bella, e também sobre Sam. Imagina por que Sam Ulley faz parte dessa conversa. Mas não fica imaginando por muito tempo. Você está preocupado demais com a Bella.
Bella melhora e volta para casa. Você está morto de vontade de vê-la – certamente você pode pelo menos levar algumas flores, desejos de melhoras, algo assim. Mas Billy te proíbe de ir, e você não consegue convencer ninguém a te emprestar um carro (todos estão do lado do Billy). Você não acredita como essa piada de vampiro tenha ficado fora de controle.
Então o Billy muda a estratégia. Ele quer que você vá falar com a Bella. Mas ele quer que você vá de penetra no baile dela. Você se sente humilhado. Mas ele te suborna, e você quer muito ver a Bella. Você vai. Ela está tão bonita. Você passa a mensagem de dar vergonha do Billy, mas, para o seu alivio, ela ri sobre a mensagem com você. Você vê o jeito que ela para o Edward Cullen, e sabe que ela está completamente fora do seu alcance. Mas você fica bem, porque também sabe que ela sempre será sua amiga. Você quer que ela seja feliz, e esse cara claramente a deixa feliz. Você se sente mal por como o seu pai tem sido mau e errado em relação aos Cullen e você deseja que tivesse algum tato para se desculpar. Bella está usando aquele perfume horrível outra vez. Você se pergunta por que ela gosta dele.
Você tem um verão legal em La Push. Trabalha na garagem a maior parte do tempo, e também algumas horas por semana na loja para alguma grana extra, passa o tempo com Embry e Quil, sai em alguns encontros em grupo. Uma menina fica a fim de você, mas é só amizade pra você. Billy ainda está preocupado com a Bella, e você não pode evitar prestar atenção especial sempre que o nome dela é mencionado. Tem uma gangue idiota começando a se formar na cidade, e você e seus amigos tiram sarro do bando do Sam pelas costas deles.
A escola começa de novo, e tudo está bastante normal.
Tarde da noite, Billy recebe uma ligação desesperada do Charlie. Bella está desaparecida, perdida na floresta, ele acha. Billy promete ajudar. Você já está à porta, mas ele diz não. Você fica nervoso, mas começa a andar de qualquer jeito. Não chega lá até as três da manhã, e todo mundo está indo embora. Bella está dormindo, eles lhe dizem, então você não entra na casa. Você vê Sam, Jared e Paul lá, e isso te irrita. Sr. Weber oferece uma carona para casa quando te vê andando. Ele é quem te conta sobre a partida dos Cullen. As pessoas já estão fofocando sobre o assunto. Edward deixou a Bella na floresta, foi assim que ela arranjou confusão.
No começo, suas emoções são confusas. Você tem que admitir que fica um pouco feliz, mas tenta reprimir esses sentimentos. São errados – a Bella deve estar infeliz. Você torce para que ela esteja bem.
Então você começa a receber detalhes. Charlie está desesperado, e ele liga para o Billy muitas vezes para pedir ajuda. Mas nenhuma das suas irmãs passou por algo desse tipo, e o Billy não pode ajudar muito. Você ouve que a Bella está acabada, talvez catatônica, sem comer ou dormir.
Você começa a odiar Edward Cullen. Como ele pôde fazer isso a alguém tão bondoso e gentil? Que tipo de monstro ele é? Você se arrepende de um dia ter tido vontade de pedir desculpas a ele.
Ao mesmo tempo, você fica nervoso com o povo de La Push que fica comemorando a partida dos Cullen. Te irrita de verdade. Eles ficam comemorando a mesma coisa que devastou a Bella.
O tempo passa, e o Charlie fica cada vez mais preocupado. Billy não te proíbe mais de ver a Bella, mas instintivamente você sabe que ela não quer te ver – não quer ver ninguém. Você tenta não se preocupar com ela, é difícil quando o Billy fica resmungando sobre ela toda a hora. Ela está parecendo um zumbi, o Charlie diz. Ela não sorri desde que o Edward foi embora.
Meses passam. Um dia, você escuta um motor familiar rugindo do lado de fora de casa. Você nem acredita, mas Bella foi visitar do nada. Você fica muito feliz, até que a vê melhor. Ela está pior do que você podia ter imaginado. Ela perdeu muito peso e os círculos embaixo dos olhos dela estão pretos. O cabelo parece mais escuro e o rosto está branco demais. Parece que ela ia se partir em duas a qualquer minuto. Mas então ela olha para você, e ela sorri, sorri de verdade. Ela está feliz em te ver. É uma coisa pequena, mas quer dizer tudo para você.
Você presta atenção em tudo o que ela fala e faz, mas nunca de um jeito que ela nota. Você compara o jeito que está se comporta com tudo o que você ouviu do Charlie. Ela conta para você das bicicletas, e você se anima. Isso é algo em que você é realmente bom, e adoraria se mostrar um pouco. Ela parece perfeitamente confortável, e você se sente do mesmo jeito. É como se ela tivesse passado todos os dias do ano passado com você – nem dá para perceber que faz meses que você não a vê. Vocês se dão bem juntos, como sempre se deram. Espíritos gêmeos.
Você começa a perceber pelos próximos dias que tem algo mais em que você é bom além de carros: você consegue deixar a Bella feliz. Não do jeito que ela era antes, mas muito melhor do que ela esteve. Charlie e Billy ficam no telefone o dia todo, e você fica orgulhoso em saber que a está ajudando. Você a observa ficar melhor e melhor – sorrindo e rindo mais, ficando animada com os planos de vocês – e você fica grato do fundo do coração que pode fazer isso por ela.
Mas ela ainda não voltou ao normal, e você vai levando as coisas devagar. Ela parece estar se reinventando, e você dá espaço para que ela faça isso, só a acompanhando e seguindo o que ela propõe.
As coisas com a Bella vão bem, mas se não fosse por ela, sua vida seria uma droga. Embry se juntou ao culto doido do Sam, e você fica com medo por ele e furioso com ele ao mesmo tempo. Ele não fala com você. Você e Quil tentam entender o que está acontecendo, mas nada faz sentido. Billy é tão irritante com a coisa toda e fica te olhando de um jeito engraçado. Te deixa ansioso. Você conta isso para a Bella, também, e ela te deixa melhor por levar a sério. Ela te abraça e seu coração quase explode.
É claro que você percebe que está se apaixonando por ela. Você também sabe que ela ainda não está pronta, e não pensa em você desse jeito. Mas você sabe ser paciente, e mantém os dedos cruzados de que um dia ela te olhe de modo diferente. Você fica feliz por ser tão alto, por não parecer ter dezesseis anos. Você está começando a ter músculos, mesmo sem levantar todo o peso como o Quil sempre faz, e isso te deixa feliz também. Ela disse que você era meio bonito…
Ela sai com você e os amigos da escola, mas os planos dão errado e é só você, Bella e Mike Newton. É fácil perceber a tensão. Você está se sentindo bem enquanto observa – ela não gosta desse garoto. Ela não fica a vontade com ele do jeito que fica com você. Ela quase nem fala com ele. Você gosta do filme que qualquer outro que você já assistiu. Ela gosta mais de você. É óbvio.
Ele passa mal. Você espera por ele com a Bella, e está se sentindo muito esquisito. É estranho – você se sente poderoso, cheio de confiança. Está voando, e fica chocado com as coisas que diz a ela. Tudo só acaba saindo. Ela admite que você é o favorito dela, mas ela claramente ainda está de luto pelo idiota que a magoou. Por meio segundo fica cheio de raiva de que alguém pudesse machucá-la tanto. Você queria matá-lo. Fica surpreso com essa emoção e rapidamente o reprime.
Você leva a Bella para casa, e está cheio de esperança. As coisas vão dar certo. Você é o único que a deixa feliz. Ela precisa de você. Você vai fazer tudo o que puder para continuar a fazendo feliz. Você promete isso a ela. Está se sentindo ótimo. Só mais um pouco de tempo…
Você vai para casa e o Billy fica te olhando daquele jeito irritante. Está se sentindo irritado, como se houvesse agulhas espetando toda a sua pele. O quarto está quente de mais – Bella disse que você estava com febre. Você mal consegue ficar em pé.
Billy diz que você está esquisito, de um jeito todo crítico, e uma raiva insana te invade. Dessa vez, você não consegue pará-la. Você se sente girando, fora de controle, um ódio tão profundo que faz todo o seu corpo tremer. Parte de você sabe que sua reação é estúpida, mas a maior parte está possuída pela fúria. Tudo fica quente, como se o quarto estivesse pegando fogo. Você consegue sentir o calor dentro dos seus ossos.
E então, para seu horror e choque, a tremedeira fica pior e você sente seu corpo se despedaçar. Fica aterrorizado. Só leva um segundo, mas é segundo mais longo da sua vida. Você se sente explodindo e pensa que está morrendo.
Mas o seu corpo se recupera antes disso – você não se parte em pedaços. Está numa nova forma que não compreende. Sua cabeça está batendo no teto, e você está olhando para o Billy de alguma grande distancia. A tremedeira parou, mas o ódio ainda está lá. Tudo está quente e vermelho. Você tenta gritar com o Billy, fazê-lo explicar, mas tudo o que sai é um uivo horrendo. Você dá um passo na direção dele, e o quarto balança. Seus lábios estão por cima dos dentes e você pode ouvir os rosnados e que sacudir o Billy e exigir saber o que ele fez com você. Você se estica para ele, e essa pata enorme, com garras se move ao invés da sua mão. Você olha para baixo e um urro de terror sai por seus dentes.
Billy fala como você como se você fosse uma criança, devagar e tranqüilizador, dizendo para ficar calma, que tudo ficará bem. Mas ele não explica o que aconteceu – o que você é. Te deixa com raiva de novo o fato dele não parecer surpreso. Ele estava esperando isso? Por que ele não te avisou?
Billy vai até o telefone e liga para alguém. Assim que você ouve o nome do Sam, surta. Sam sabe disso. Rosnados horríveis enchem a casa. Billy parece assustado e você está bem na cara dele, seus maxilares querendo morder. Você se joga para trás, e escuta o uivo assustado de novo.
É então que começa a escutar vozes na sua cabeça. Mas são muito mais que vozes. Por trás das palavras, você pode ver imagens e sentir o que sentem. Dentro de segundos, você entende. Você vê a palavra por trás das outras palavras, a resposta para a sua pergunta. Lobisomem. Voe é um mostro.
Embry é o que mais ajuda. Você reconhece a voz dele mesmo que não tenha som. Você vê como ele está aliviado de que você está com ele agora. Sam deixa que ele explique, deixa que ele te tire da casa (Billy te ajuda a sair da casa – seus ombros mal conseguem atravessar a porta). Na floresta atrás da sua casa, você vê os outros pela primeira vez. Eles são enormes e terríveis. Você está apavorado de saber que é como eles.
A noite é longa. Eles te mostram tudo. Todas as hitórias e as lendas que você escutou durante a vida toda na verdade são fatos. É como chegar em Oz, tudo ganhando cor, exceto que esse novo mundo não é um lugar bonito e cheio de munchkins. Você está dentro de um filme de terror. Você é um dos monstros. Eles te mostram porque isso aconteceu, e essa é a pior parte. Porque os vampiros são reais também. E é culpa deles que você virou essa coisa. Mais que isso, não só os vampiros sanguessugas literalmente existem como a sua amiga, a garota que você ama, ainda é apaixonada por um deles. Primeiro você não acredita que ela saiba da verdade, mas eles te convencem que ela é completamente consciente. Te deixa enjoado agora, lembrar como ela ainda fica de luto por ele.
Você é um monstro também, mas não um dos ruins. Você é o tipo que existe para proteger sua família dos ruins de verdade. Não que isso sirva de consolo. Especialmente quando eles dizem que ser um protetor lendário você não pode mais ficar perto de gente normal. Você é perigoso demais por enquanto. Em seis meses, um ano, quem sabe. Você tem que continuar indo a escola para manter o segredo, mas nada de outros riscos desnecessários. Na escola, você deve concentrar todo a sua energia em ficar calma. Esquecer as aulas. Só não mate ninguém.
E a Bella está totalmente fora de questão. Quando você reclama, vê as memórias do Sam. É como se você estivesse lá. Você o vê implorando para a Emily. Você ouve a resposta que enche o Sam de uma fúria irracional – a fúria que é a marca e a maldição dos lobos. Você o sente explodir, a mão na direção dela. Você vê as garras rasgarem o rosto dela. Você a vê atingir o chão, inconsciente. Você sente o terror dele, o pânico. É tão forte que ele não consegue se transformar de volta para ajudá-la. Você acha que a está vendo morrer (mesmo sabendo que ela sobreviveu, te deixa acabado – você vomita com a dor da memória). Você vê o Jared e o Paul correr para trazer a Sue Clearwater (uma enfermeira – a melhor alternativa disponível quando o pessoal do hospital é vampiro). Sue cuida da Emily enquanto o Sam se contorce de agonia na floreta, se escondendo, ainda incapaz de se acalmar o bastante para voltar…
E você sabe que eles estão certos, você não pode mais ver a Bella. Sua promessa vai se quebrar. Você vai magoá-la, assim como o outro mostro fez.
Vendo as memórias do Sam acabarem, você vê como se transformar de volta. Se acalma do jeito que ele fez, e se sente tremer e voltar a forma verdadeira. Pelado e enjoado, você se curva no escuro e chora como nunca chorou na vida.
Os outros ficam surpresos. Levou dias ou até semanas até que o resto deles conseguisse se transformar de volta.
Sua nova vida começa tensa. Não só os vampiros são reais, como eles ainda estão aqui. Novos, não os Cullen. Estão caçando na área, e é seu trabalho pará-los. Essa parte você consegue. Todo o ódio pelo o que Edward e o resto dos Cullen fizeram a Bella é canalizado às caçadas para esse par, o macho de cabelo escuro com a companheira ruiva.
Quando você consegue pegar o macho, é quase tarde demais. Você segue o cheiro do vampiro cuidadosamente, tentando surpreendê-lo. Jared vai à frente porque os olhos dele são como binóculos – conseguem enxergar por quilômetros. O vampiro pára em uma clareira pequena, e Jared o vê conversando com a Bella. Você se apressa, mas o Sam hesita. Vocês estão fora das terras da trégua. Esse é um dos amigos dos Cullen? Ele quebrou a trégua ao matar as pessoas, mas vocês não podem provar – não testemunharam. Sam não quer começar uma guerra sem ter certeza das conseqüências. Você acha que ele ficou cuidadoso demais. Discute, e quando fica claro que esse Laurent quer machucar a Bella, Sam rapidamente fica do seu lado.
Matar Laurent é mais fácil do que todos vocês esperavam. É porque eram cinco contra um? Você sabe que esse não é o caso. Você e Sam fizeram a maior parte do trabalho, e você sente que você conseguiria ter feito tudo sozinho. Talvez os vampiros não são tão durões como as histórias fizeram todos vocês acreditarem.
A imagem do rosto amedrontado da Bella da clareira sempre está atrás dos seus olhos. Ela estava apavorada – mais horrorizada com a sua nova cara do que estava com o vampiro caçador e de olhos vermelhos. Você se pergunta constantemente como ela explicou para si mesma o que viu.
A caçada continua e a vampira ruiva prova se muito mais esquiva. O bando não entende os motivos dela, então é difícil adivinhar seus movimentos. E ela é muito boa em fugir.
Ter um vampiro por perto te deixa nervoso. Todos eles parecem chegar perto da Bella no fim. Você corre pela casa dela à noite, para ter certeza que ela está segura.
A vida normal virou um dever. Mas os outros ficam impressionados com o seu controle, e durante aquelas poucas semanas atrás do vampiro de cabelo preto, eles ficam cada vez mais abobados. Você é melhor em controlar suas “crises” (como você as chama) do que qualquer um deles. Demorou meio ano para o Sam chegar no ponto que você chegou em duas semanas. Você já é melhor que o Embry, Jared e Paul. Mas isso não te deixa mais feliz. Por que alguém gostaria de ser melhor em ser um lobisomem?
Assim, você começa a pensar que seria capaz de ver a Bella. Você tem certeza, agora que sabe o que esperar, que pode se controlar perto dela. E ela liga o tempo todo. Os monstros na floresta deviam sem dúvida tê-la traumatizado. Ela precisa de você. E isso fica na sua cabeça a maior parte do tempo. Sam te castiga – ninguém sabe melhor que ele como é cometer um erro.
Você não pode nem conversar por ela pelo telefone. Todos os lobos e os anciãos ficam perturbados com as suas memórias – todos foram tão cuidadosos com a trégua, e você a quebrou, mesmo sem saber. Pelo menos os vampiros que concordaram com a trégua foram embora, então isso não significa uma guerra. E a Bella não pareceu acreditar um mais que uma história… Mas o Sam te dá uma ordem: você não pode contar a verdade para Bella. E ele diz isso na forma de lobo, e você pode sentir a autoridade pelos pensamentos. Ele é o lobo alfa, e você não pode desobedecer.
Mas a Bella é persistente, e você não fica surpreso quando ela monta guarda do lado de fora da sua casa. Você convence os outros que pode lidar com uma conversa, que tem que ser feita uma hora ou outra. Sam concorda – ele não está disposto a mandar muito em sua forma alfa, com você menos que o resto (mas essa história é para outra hora). Ele te previne para ficar calmo, e insiste que você diga o que for preciso para mantê-la longe. Ele está pensando na Emily, e como você pode discordar disso?
É mais difícil do que você achou que seria. Você observa o rosto da Bella quando quebra a promessa, e é como se alguém estivesse de esfaqueando. Você é tão mau quanto o vampiro que a despedaçou. É como se você estivesse tirando toda a sua esperança e felicidade, e a dela também, e esmagando com suas próprias mãos. Algumas vezes a raiva é mais forte – você começa a se esquentar, mas consegue controlar. O mais perto que chega de perder o controle é quando ela defende os vampiros. Como ela pode pensar bem deles, especialmente agora, depois de tudo o que eles fizeram para ela? Como se só ser vampiro não bastasse.
E então ela começa a colocar a culpa nela mesma – ela pensa que fez algo de errado, e é por isso que você está fazendo isso. Ela quase te implora. Você se odeia de verdade por estar fazendo isso com ela. Você foge, se transformando assim que você fica fora de vista para que não chore como fez antes.
É uma longa tarde. Você fica cansado do Embry tentando te consolar, cansado da aprovação do Sam pelo que você fez. Você se pergunta amargamente se não marcou a Bella tão profundamente quanto o Sam marcou a Emily. Você volta para sua forma humana para escapar deles, e pensa a noite toda. Você sai de casa para se afastar do Billy, que é tão irritante quanto os outros.
Você percebe que mesmo o Sam tendo te proibido de explicar as coisas para a Bella, tecnicamente, ele não te proibiu de vê-la. Você sabe que isso vai ser complicado, mas não agüenta que ela fique imaginando que não quer ser amigo dela. Você tem que se desculpar, arranjar um jeito.
Você vai de moto e a esconde em outra rua. Entra no quarto dela, e se surpreende em ver como ela está brava. E outra, ela está horrível – quase tão ruim como da primeira vez que você a viu. Os olhos estão vermelhos e o rosto molhado. Você se odeia de novo, ao ver isso. Tenta explicar, mas as ordens do Sam ficam atrapalhando.
Você tenta pelo menos deixar claro o quão importante ela é e que essa separação não é culpa sua. Enquanto você fala com ela, primeiro acha que estava errado em querer vir para cá. Não está deixando as coisas melhores. Elas não podem ser melhores, enquanto ela não entender. Se ela somente acreditasse em todas as histórias daquele primeiro dia…
Você percebe que ela já sabe o que você quer que ela saiba. Você tenta fazer com que ela se lembre, que junte as peças, mas ela está quase dormindo e confusa. Você fica mais esperançoso, mas também mais tenso. Ela vai se lembrar? Ela vai entender? Se sim, o que ela vai pensar? Ela vai ficar assustada e enojada? A idéia de que ela talvez se sinta assim te deixa nervoso. Ela foi capaz de aceitar um vampiro… Isso te dá nojo.
Assim que você se transforma de novo, Sam e os outros ficarão sabendo de tudo sobre essa brecha. Você espera que possa manter a noticia longe deles até que a Bella entenda as coisas. Volta de moto para casa, e promete que vai se manter calmo, custe o que custar.
Quando você acorda de manhã, Billy diz que a Bella passou na sua casa, e que ela está esperando por você na praia. Você fica animado e receio. Ela devia ter juntado as peças. Ela não ligou. Ela já tinha aceitado o que você era?
Então você chega à praia e vê a cara dela. Ela está assustada e chateada. Você consegue ver na expressão dela que ela não fica contente com essa sua nova vida. Isso te deixa furioso. Você tem que concentrar todas a sua energia para permanecer humano. Você a acusa de ser hipócrita, e então sente um alivio incrível quando o desentendimento é esclarecido. Incomoda saber como ela protege seus vampiros, mas pelo menos a aceitação dela se aplica a você também. Outra vez, você se sente esperançoso. Talvez vocês possam passar por cima de toda essa bagunça e ficar juntos de novo.
É um alivio imenso poder conversar abertamente com ela outra vez. Você fica surpreso que ela sabe mais sobre os vampiros fora de Forks do que o bando, e horrorizado que a ruiva estava atrás da Bella o tempo todo. Você fica ansioso para falar com os outros; você quer um plano em ação para proteger a Bella. Você fica muito irritado, sabendo que existe alguém que quer machucá-la. Pela primeira vez, você fica feliz em ser um lobisomem. É horrível, mas, ao mesmo tempo, você pode proteger a Bella. Parece que de repente, vale a pena.
Você chama o bando todo. Enquanto você está confiante que pode se controlar perto da Bella, você esquecer de considerar os outros. Paul reage pior que você esperava. Você tem que se transformar bem na frente da Bella para protegê-la, e não tem uma chance de ver a reação dela. Você tem que tirar o Paul de perto dela. Para a sua sorte, você está ficando maior e mais forte a cada dia que passa. Não é difícil empurrar o Paul até a floresta. Sam junta-se a vocês rapidamente, e ordena que o Paul se acalme. Você explica para eles sobre a ruiva e Bella – não demora muito, falando através dos pensamentos como vocês fazem. Embora o Sam admita que essa informação é importante e útil, ele de dá um sermão. Ele diz que você colocou a Bella em perigo hoje, e então ele dá um sermão no Paul, por ser o perigo. Finalmente, ele te lembra que ele entende, e vocês três voltam a ficar bem. Melhor que antes, você percebe. Você acha fácil fazer parte da situação, agora que ela ajuda a Bella.
É estranho como as coisas voltam ao normal, enquanto ao mesmo tempo, tudo é diferente e perigoso. Bella é a peça chave que te ajuda a balancear tudo. Você dorme algumas horas por noite, mas a maior parte do tempo está correndo pela floresta com o Sam ou o Embry, procurando algum sinal de que a vampira ruiva tenha voltado. Quando não é seu turno, você passa o máximo de tempo que pode com a Bella. Há um novo nível de intimidade à amizade de vocês. Vocês sabem todos os segredos um do outro, e isso faz mais diferença do que achou que faria. Você fica impressionado com o quanto ela não podia falar, como ela esteve sozinha durante o tempo que ficou quebrada. Ainda te deixa perturbado em ver o quanto ela está de luto pelos Cullen. Você não consegue ver a diferença entre os Cullen e a vampira que está atrás dela, mas ela consegue. Ela obviamente tem medo daquela vampira. Você tenta confortá-la. E fica feliz que ela não tem mais que ficar sozinha com isso.
Você se preocupa com a Bella ficar sozinha quando você está de patrulha. Você não fica feliz quando os seus planos de levá-la para se divertir – quebrar a ansiedade constante – são interrompidos pela Victoria. Ela faz uma tentativa capenga de cruzar para o seu território. Você acha muito suspeito, e quando ela entra na água, você se preocupa que ela tenha outro plano. Você, Jared e Embry correm pela costa, procurando algum sinal de que ela tenha tentado pisar em terra firme. Você volta para La Push sem cruzar com o cheiro dela. Embry continua com o Jared, mas você quer ver a Bella. Só para ter certeza que a ruiva não passou a perna em vocês.
Bella não está na praia, nem a ruiva, nem ninguém. Você continua até as árvores, mas a tempestade está tão forte que ninguém está por perto para te ver. A picape dela não está na frente da sua casa. A primeira coisa que você pensa é que ela voltou para casa, mas marcas de pneus recentes levam em outra direção. Não é até que você encontra a picape abandonada na estrada perto dos penhascos que você se lembra do que tinha prometido no dia anterior. Pular do penhasco. No mesmo instante, você escuta o grito da Bella, longe, desaparecendo conforme o som vai caindo.
Você corre até a beirada do penhasco em segundos. Não consegue ver nada lá embaixo – as ondas são muito fortes, não há sinal da queda recente dela. Você se joga, mergulhando de cabeça na água escura.
A água está bruta. Você sabe o quanto de força está usando para conseguir nadar por ela, e sabe que a Bella não é assim tão forte. Nenhum humano é assim tão forte para dar conta dessa correnteza.
Você procura freneticamente, seus olhos afiados passando pela água. Finalmente, você vê algo brilhando, braço – as mãos dela lutando inutilmente contra as ondas. Você está submerso, quase sem ar, e com um pânico gigante. Nenhuma outra pessoa teria sido capaz de conseguir sob as mesmas circunstancias, nem mesmo o Sam, mas você se concentra e se força a voltar à sua forma humana. Então você pega a Bella e puxa para a superfície.
Você queria ter trazido o kit de primeiros socorros. Tudo em que você consegue pensar é tirar a água dos pulmões dela. Tem tanta. No começo ela está consciente, mas depois apaga. Você não sabe o que fazer. Você a leva de volta para a praia, esperando que consiga a ajuda desse jeito. Os pensamentos do Jared e do Embry estavam com você durante a queda, mas agora você está desconectado deles.
Sam chega, mas a Bella acorda antes que ele possa fazer muito mais do que te contar da tragédia na vila. Você fica chateado em tê-lo tirado do lugar que precisam dele. Bella parece estar bem. Você não sabe se ela precisa de um medico, mas ela só quer descansar, então você a leva para casa. Está exausto de tantas noites correndo, e você dorme ao lado dela. Se sente bem lá, juntos e sem segredos entre vocês, sabendo que ela está segura.
Billy te acorda quando chega em casa. É devastador saber que Harry se foi. Ele era um dos melhores amigos do Billy, um tio em tantos jeitos, e também um dos três anciãos que sabiam sobre os lobos. Não parece justo que ele tenha morrido.
Você leva a Bella para casa, sabendo que o Charlie estará de luto também. Pela primeira vez desde a noite em que você se transformou – a noite daquele filme horrível – você pensa que isso talvez dê certo. Parece certo segurá-la desse jeito. Ela sente o mesmo? Talvez não seja tão forte quanto ela se sentia sobre o vampiro, mas deve significar que nenhum dos dois fica completo sem o outro. Parece que é seu destino ficar com ela.
Ela começa a se afastar. Ela não está pronta, mas você acha que ela estará. Só mais um pouco de paciência. Você abre a porta do carro, e esse pensamento pacífico é ameaçado.
Há um vampiro por perto. Seu primeiro palpite é a ruiva, e você imagina que ela usou a distração da morte de Harry para se desviar. Não tem certeza de onde ela está e se ela está observando. Você tem medo de que ela comece a caçar, caso ela entre enquanto você a está procurando. Decide que a melhor coisa é levar a Bella de volta a La Push, deixá-la com o Embry e então caçar a ruiva com o Sam.
Mas algo não está certo. O cheiro é outro. Um vampiro, obviamente, mas não é o mesmo cujo cheiro vinha vindo queimando seu nariz pelas ultimas semanas.
Antes que você tenha alguma idéia, a Bella pede para você parar. O rosto dela está mais brilhante desde o dia que ela foi procurar você, toda machucada. Ela acha que os Cullen voltaram, e o carro brilhante parado em frente à casa dela dá evidencia à teoria. O entusiasmo dela te deixa enjoado. Você fica furioso. É difícil se acalmar.
Fica claro que você terá que levá-la a força se quiser impedi-la de entrar na casa. Ela parece certa que são os vampiros dela. Ela já foi embora – mentalmente, ela está a quilômetros de distancia de você. E você te responsabilidades. O bando esteve ignorando as linhas da trégua completamente desde que os Cullen partiram. Você não pode deixar que seus irmãos arrumem confusão, não sabendo que os Cullen está de volta.
Você odeia ter que deixá-la, e fica bravo que é isso que ela quer. O futuro que parecia tão esperançoso há alguns minutos se transforma em nada. Ela nem se importa que eles foram embora? Isso não importa? Nenhuma vez ela expressou algum tipo de ódio em relação a eles pelo que fizeram a ela. Você imagina que ela nunca sentiu esse ódio. Ela aceita o que eles fizeram sem nem questionar.
Você precisa ir embora, porque você não vai conseguir se segurar por muito mais tempo. Consegue sentir a raiva crescendo. Você a deixa sozinha na rua, desejando mais que qualquer coisa que ela te chamará, que ela mudará de idéia. Ela não muda.
Você corre para o hospital, e então se transforma de volta. A raiva diminuiu um pouco, e você fica preocupado com a segurança dela de novo. Você liga e ela atende. Os Cullen voltaram, e ela escolheu os vampiros ao invés de você.
É uma noite péssima para os lobos quileutes. Sam volta as linhas de patrulha ao normal para que vocês só protejam alguns quilômetros da reserva. Sam não quer deixar nenhum buraco – talvez haja meia dúzia de vampiros por aí, e as intenções deles não são claras. Você se preocupa com a Bella e a ruiva, mas Sam diz para deixar que os Cullen cuidem disso eles mesmos. Você fica péssimo com a idéia da Bella pertencendo a eles.
Os dias passam. Ninguém tenta cruzar a linha. Billy liga para o Charlie, e parece que só um dos Cullen voltou, e ela está passando os dias com eles. Isso te deixa assustado. Sam está preocupado – qual é a nova medida? As linhas da trégua voltaram? Por quanto tempo? O resto deles também vai voltar? Eles sabem sobre a ruiva? Eles consideram que ela esteja sob a proteção da trégua também? Se sim, a trégua está desfeita. E se eles não a pararem, o bando irá considerá-los como cúmplices. Sam, Billy e o velho Quil discutem a possibilidade de uma guerra…
Mas o Sam quer informação primeiro – tentar manter as coisas civilizadas pelo máximo de tempo possível – e você se oferece como voluntário. Insiste em ir pessoalmente. Você precisa ver o rosto dela, ver o quão envolvida ela está. Você diz ao Sam que vai ter mais informação pessoalmente, que você saberá melhor se ela está mentindo. Você não o engana com seus motivos, mas seus argumentos parecem inúteis.
Então você vai durante o funeral, para que consiga falar com ela honestamente, sem arriscar que o Charlie interrompa. Jared e Embry não querem te deixar sozinho, mesmo quando você tem certeza que a vampira saiu. Você sabe que eles ficaram por perto, mas não quer que eles escutem. Você quer falar com a Bella, falar de verdade, mas é o máximo que pode fazer para ficar calmo. A casa dela fede – queima seu nariz. O fedor de vampiro está grudado nela. Vocês estão um pouco hostis, mas ela responde as suas perguntas. A Cullen só está visitando. Você diz a si mesmo que as coisas voltarão ao normal quando a vampira for embora de novo.
Você não consegue ir embora. Vê que a magoou, e volta e a encontra chorando. Você se sente pior, e melhor. Melhor porque ela pelo menos se importa com você o suficiente. Ela está chorando por você. Isso já é algo.
Você consegue falar com ela, mas é difícil. Ela os ama. Os monstros que a machucaram – ama todos. Ela se importa com você também, mas não tanto. Ainda, a vampira irá embora… Você está confuso, sem saber como se sentir.
Você a segura em seus braços, e é como antes – como se fosse o destino. Você pega o rosto dela nas mãos, e de repente você quer beijá-la mais do que qualquer coisa no mundo. Não é como você planejou – a hora é péssima com a vampira por perto. Mas depois você pensa que isso também seja o destino. Talvez ela vai sentir isso. Você vê o conflito nos olhos dela, e imagina que lado ela vai tomar quando os seus lábios tocarem os dela.
O telefone toca bem nessa hora inoportuna, e você atende. Que escolha tem? Pode ser o Sam, pode haver algum problema. Você ouve o tom claro, cantante da voz com um leve sotaque britânico, e sabe quem está ligando na primeira palavra. Outro deles. Talvez a Bella estivesse errada sobre o resto deles voltar também. Talvez ela estivesse mentindo.
Billa fica nervosa de novo quando o vampiro desliga na sua cara. Antes que você possa esclarecer, sente a queimação fresca de uma vampira próxima. Escuta o leve som da aproximação quase silenciosa da vampira. Você tenta ir embora, mas o cheiro é mais forte na sala. Antes que você possa sair pelos fundos, a sanguessuga está lá.
Ela é uma coisinha minúscula, mas depois do que a Bella disse sobre os vampiros com talentos extras, você não vai abaixar a guarda. E ela nem presta atenção em você. Ela mal parece consciente das coisas ao redor, perturbada com algo. Bella a chama de Alice. Alice fala o nome do Edward uma vez, e a Bella desmaia. A vampira a machucou? Você não vê nada. Mas se inclina para pegar a Bella antes que a vampira possa tocá-la, e a tira de perto dela.
A vampira parece bem chateada, e isso te surpreende. Você não tinha percebido que eles tinham muitas emoções. Fica revoltado e impressionado em como a Bella e a Alice parecem confortáveis em se tocar. Você pensou que a vampira não seria capaz de tocar humanos sem os machucar. E a Bella parece tão à vontade com Alice – capaz de interagir com ela como se ela fosse humana. Bella parece vê-la desse jeito – quase como uma pessoa.
A conversa é difícil de seguir. Você entende que o Edward Cullen está em algum tipo de confusão, e é culpa de uma tal de Rosalie. Bella está gritando e exigindo ajudar, e a vampirinha vai deixá-la tentar, embora ela tenha deixado claro que é uma missão suicida.
Você segue a Bella até a cozinha, onde ela escreve um bilhete para o Charlie. Você pede a ela que não vá. É como se você não tivesse dito nada. Ela pede que você tome conta do pai dela.
Bella corre para fazer as malas, e você fica sozinho com a Alice. Você se afasta o máximo que pode dela – o instinto para se transformar e atacar é difícil de reprimir – e a acusa de estar levando a Bella para a morte dela. Na verdade é mais fácil falar com ela do que você teria pensado – ela reage e fala como um humano, embora a aparência dela seja assustadoramente alienígena. Aos seus olhos afiados, ela é como um cristal ambulante, toda angulosa e brilhante.
Alice discute por um momento, e então a Bella volta e elas se preparam para partir. Você irá vê-la novamente? Você literalmente implora para que ela não vá, mas a Bella vai embora depois de beijar a sua mão. Você mal pode se segurar por meio segundo quando percebe que ela vai morrer por aquele parasita que arruinou a vida. Pela primeira vez desde o começo, você perde o controle de si mesmo e explode em lobo contra a sua vontade.
A vida fica mais sombria do que foi antes. Os outros estão aliviados que a Alice Cullen foi embora, levando a Bella ou não. Eles tentam esconder os sentimentos de vocês, mas é claro que não há segredos em um bando de lobos. Sam cuidadosamente estende as linhas da patrulha, e você toma um cuidado extra para cuidar do Charlie, como a Bella te pediu.
É assim que você descobre que a ruiva está tentando pegar a Bella outra vez. O bando circula, lentamente aproximando o perímetro, deixando-a chegar mais perto de Forks enquanto estabelecem uma linha entre ela e Charlie… No entanto, ela abruptamente dá meia volta e foge. Você a persegue, mas ela é esperta e mais rápida que o vampiro de cabelo preto. O voo rápido dela o pega desprevenido – você não deu sinal da sua aproximação. Procurando pistas sobre o fato, Sam junta o que aconteceu. O caminho dela cruzou com uma trilha deixada pela Alice Cullen. Isso parece ter sido o suficiente para fazê-la entrar em pânico. Isso pelo menos deixa claro que ela não é amiga dos Cullen.
Charlie está desesperado, naturalmente. Ele vai até La Push para te interrogar, ver se você sabe algo que o ajude a achar a Bella. Você queria poder dizer tudo sobre os Cullen a ele, mas não pode entregar os próprios segredos, e que bem isso faria a ele? Nenhum de vocês pode salvar a Bella agora.
Rumores se espalham por Forks quando a Bella volta viva. Charlie não liga para o Billy na hora – aparentemente ele está furioso demais – então você escuta as coisas da Leah Clearwater. Charlie ligou para cancelar uma visita a mãe dela; ele não queria deixar a Bella sozinha, porque ela está muito enrascada. Você fica aliviado que a Bella esteja bem, e não se importa com mais nada no começo. Mas não demora muito até que as notícias ruins cheguem. Dr. Cullen vai voltar para o hospital – a família inteira voltou à cidade. Sam convoca as patrulhas de novo, mas não tão longe como antes. Se eles voltaram para ficar, então o bando tem que reforçar as fronteiras outra vez. Ter certeza que não há desentendimentos quanto ao que pertence aos quileutes.
Através do Charlie, o Billy fica chateado. Edward está de volta, aparentemente nomeado como “namorado” da Bella de novo, sem nenhuma repercussão da deserção dele. Bella não vem te ver, e você fica bravo, embora não esperasse realmente que ela viesse. Você também está bravo por saber que o Charlie deixa a Bella namorar o Edward de novo. Ele não devia, como pai, fazer algo sobre isso?
Você bola um plano, mas não pensa muito nele. Se deixá-la de castigo, ela não vai poder vê-lo… Talvez, se ela ficar longe dela, ela vai poder se livrar do feitiço qualquer que ele colocou nela e se lembrar quem ele é, e o que ele fez.
Outra, você tem uma nova preocupação agora. Desde que a Alice voltou, seu maior medo é que algum dos vampiros perca o controle perto da Bella e a mate por sede. Te acorre agora, que talvez haja algo pior. Talvez eles têm intenções piores do que usá-la para saciar o apetite. Você nem que ter a idéia na sua cabeça, mas não pode evitar.
Talvez eles tentem fazê-la uma deles.
É a pior coisa que você pode imaginar. É pior que matá-la – roubar a essência dela e deixá-la como uma criatura inumana de pedra, uma zombaria da pessoa que ela foi um dia. Era como se deixasse que um estranho tivesse o corpo dela, só que uma versão fria, deformada desse corpo.
Você sabe que a única coisa que deixaria o Charlie nervoso, mais que qualquer coisa (exceto pela verdade, que você não pode dizer a ele), é a moto da Bella. Você a leva até a casa dela e diz ao Charlie que está devolvendo, porque a Bella não vai mais para La Push. Charlie fica da cor de uma beterraba e grita com você por quinze minutos, prometendo que vai contar para o Billy que está acontecendo. Quando ele te deixa ir, você se esconde na floresta ao invés de ir embora, sabendo que o sanguessuga irá saber pelo seu cheiro que você esteve aqui. Você tem um aviso para entregar.
Assim como você esperava, Edward Cullen chega com a Bella para te encontrar antes que ela veja o Charlie. É muito difícil se controlar, mas você não vai se meter numa briga com a Bella ali. Ela pode se machucar e você não vai quebrar a trégua dessa vez. Deixe que os Cullen sejam os malvados dessa vez.
Bella está furiosa. Você estava preparado para isso, mas ainda é ruim vê-la magoada.
O vampiro de pega de surpresa, te agradecendo pelo que você fez pela Bella. Você se recusa a acreditar que ele está sendo honesto. É só algum truque. Você descobre que a habilidade de ler a mente dele é ainda piore do que você imaginava. Ele vê tudo o que você está pensando.
Embora ele já saiba o aviso que você veio dar, você responde a pergunta da Bella sobre a trégua. Não só eles não podem se alimentar de humanos como se eles quiserem preservar a paz com os lobos, eles não podem criar novos vampiros.
A reação nervosa da Bella diz muito mais que você queria saber. Até aquele momento, você se preocupava que os Cullen estivessem pensando em transformá-la. Você não esperava que ela soubesse desse plano. Agora você vê que ela própria está planejando isso – que é isso que ela quer.
Você precisa se esforçar muito mais do que uma dia precisou para manter a forma. O resto da conversa não significa nada. Bella quer ser uma vampira. Ela não percebe que essa transformação é só outra forma de morte – pior que qualquer outra.
Se ele transformá-la, significará guerra. Você corre para casa para dizer aos seus irmãos. Vocês precisam se preparar…