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    Amanhecer Por Edward Cullen-Capitulo 3

    03/01/2007

    FANFIC - O AMANHECER DE EDWARD CULLEN
    Autora: Paula R.Cardoso



    Amanhecer de Edward Cullen- Capitulo 4

    Presente inesperado

    Depois de nos reconciliarmos na semana passada a nossa vida na ilha foi

    maravilhosa. Nós passeávamos pela ilha ... algumas vezes, Bella fazia questão de ficar

    em casa e nunca era suficiente. A curiosidade pelo local ficou em segundo ou até

    terceiro plano. Minha fome de Bella parecia nunca estar saciada, e a dela por mim

    também. Fizemos o amor mais lindo de todos os tempos ... nos amávamos completa e

    intensamente. Fui um tolo quando imaginei que isso tudo não se repetiria antes de sua

    transformação, o que resolvemos adiar por mais algum tempo. Bella estava feliz em

    permanecer humana por enquanto, de poder desfrutar dessa parte de sua vida, e poder

    conviver um pouco mais com seus pais e amigos.

    À noite passada a sede chegou no momento errado. Estávamos nos amando

    quando senti minha garganta queimar. Não sentia isso com tanta intensidade desde antes

    do casamento. Acho que minha relação com Bella chegou a tal ponto que em alguns

    momentos eu me sentia tão humano que a sede simplesmente desaparecia. Mas ontem

    ela voltou ... e forte. Tive que me controlar um pouco mais e assim que Bella

    adormeceu, deixei-lhe um bilhete, para que ela não se preocupasse em procurar por

    mim.

    “Espero que não acorde e perceba minha ausência, mas se acordar, voltarei logo. Fui caçar no

    continente. Volte a dormir e eu estarei aí quando você acordar novamente. Eu te amo.”

    Beijei de leve sua boca e sua testa e saí as pressas para poder retornar logo. A

    viagem de lancha foi mais rápida do que quando chegamos. No litoral roubei uma moto

    e segui em direção à serra. Devolveria a moto no mesmo lugar quando retornasse, era

    mais fácil do que seguir correndo, poderia cruzar com problemas no caminho. A floresta

    tropical não é tão povoada de carnívoros quanto Forks mas dei sorte. Encontrei uns

    animais grandes numa floresta perto da cidade de Petrópolis. Me alimentei e voltei logo

    para “minha vida”.

    Cheguei em casa por volta do meio dia e assim que atraquei senti o perfume de

    Bella vindo da grande casa. Voei para dentro seguindo seu perfume e encontrei Bella

    dormindo no sofá da sala. Ela estava suando, sua testa estava úmida por conta do calor.

    Fiquei olhando mas logo me aproximei sentando ao seu lado. Fui trazendo seu corpo

    para o meu quando senti que ela foi despertando.

    – Me desculpe. – Toquei sua testa quente. – Tanto cuidado. Eu não pensei em quanto

    calor você sentiria comigo fora. Eu pedirei para instalarem um ar condicionado antes

    que eu saia novamente.

    Não sabia quanto tempo Bella ainda gostaria de ficar, então já fui planejando

    algo. Estava pensando quando senti o corpo de Bella enrijecer.

    – Com licença. – “O que houve? O que eu fiz?” Não entendia. Eu a abraçei ela teve

    essa reação.

    Bella se debateu e eu a libertei de meus braços.

    – Bella? – Chamei quando ela saiu correndo pela casa em direção ao banheiro com a

    mão na boca. “Ela está enjoada?”.

    Corri atrás dela chegando antes podendo ver sua testa enrugada e o olhar de

    pânico. Ela se enclinou no vaso sanitário e começou a vomitar violentamente. Segurei

    seu cabelo e apoiei seu corpo que tinha espasmos a cada jorro. Ela respirava ofegante e

    vomitava sem parar. Eu estava assustado. Era a primeira vez que via Bella passando tão

    mal. Ela, apesar de todos os acontecimentos que surgiram em sua vida, desde sua

    chegada a Forks, não a fizeram chegar nem perto de uma doença séria, tirando as

    contusões, ossos quebrados e a mordida em seu pulso, provocada pelo maldito James.

    – Bella? O que há de errado? – Mas ela não conseguia responder. Busquei em minha

    mente as possíveis causas de seu estado. Os anos que estudei medicina, pelo menos a

    teoria, e as vezes em que auxiliei Carslile tinham que me dar uma perspectiva do que

    fazer.

    – Droga de frango estragado. – Ela reclamou.

    – Você está bem? – Perguntei novamente depois que ela parecia respirar um pouco

    melhor.

    – Bem. – Ela disse ainda ofegante. – É apenas intoxicação por comida. Você não

    precisa ver isso. Sai daqui.

    – Nem pensar, Bella.

    – Sai daqui. – Ela tentou se levantar e eu a ajudei mesmo com ela tentando me impedir.

    Até parece que eu a deixaria nessa situação sozinha. Bella nunca ficaria sozinha.

    Já não bastava ter que ir caçar e deixá-la? Esperei até que ela se lavou e a carreguei nos

    braços para a cama.

    – Intoxicação por comida? – Como pode ter acontecido se tudo estava fresco na casa. A

    geladeira funcionava perfeitamente ...

    – É. ... Eu fiz um pouco de frango ontem. O gosto estava estranho, então eu joguei fora.

    Mas eu comi um pouco antes.

    – Como você se sente agora? – Pus a mão em sua testa para ver se ela estava febril.

    Parecia até mais fria, menos quente que o normal. Sua cor, que antes havia quase

    sumido, voltou. Seu coração que antes palpitava como um cavalo à galope, agora

    estava mais controlado.

    – Bastante normal. Com um pouco de fome, na verdade.

    Bella queria ir direto para a cozinha. Ela estava com fome. “Mas como? Depois

    disso tudo ela consegue ter fome?”, pensei. Não permiti, claro. Ainda não tinha

    chegado à uma conclusão do que fazer exatamente para cuidar dela, e pensei em ligar

    para Carslile. Dei a ela um copo de água, isso não faria mal e a levei para o sofá da sala,

    onde o vento circulava mais e estaria mais fresco. Bella logo se deitou em meu colo e vi

    suas pálpebras quase fechando. “Ela ainda está com sono?”. Bella se virou para me

    beijar quando seu corpo enrijeceu de novo. Bella levantou correndo com a mão na boca.

    Ela ia vomitar de novo, mas dessa vez foi direto para a cozinha, que estava mais

    próximo. Voei ao seu encontro e segurei seu cabelo no alto. Ela estava passando muito

    mal e eu não sabia o que fazer.

    – Talvez nós devêssemos voltar para o Rio, ver um médico. – Disse quando ela estava

    lavando a boca. Seu rosto agora estava vermelho, tinham pontos febris em toda a maçã

    do rosto.

    – Eu ficarei bem logo após eu escovar meus dentes. – Bella disse enquanto se afastava

    de mim seguindo para o quarto. Ela pareceu ficar nervosa com a idéia de irmos

    embora, mas era o certo a fazer.

    Ela chegou logo ao banheiro e fechou a porta me impedindo de entrar. Dei um

    tempo a ela, mas quando o barulho da torneira silenciou e Bella não saía começei a me

    preocupar. Passaram-se alguns minutos e nada. Não aguentei a ansiedade, ouvia o

    coração dela acelerando a cada segundo e isso me angustiou. Bati na porta para que ela

    me permitisse entrar.

    – Você está bem? ... Está enjoada de novo?

    – Sim ... e não. – Sua voz estava estranha.

    – Bella? Posso, por favor, entrar?

    – S...im?

    Encontrei Bella sentada no chão do banheiro de frente para a mala com os olhos

    assustados e fixos. Mas ela não disse nada. Me sentei ao seu lado para poder examiná-la

    novamente. Ela estava com a temperatura normal, com a que me acostumei, mas ela

    ainda olhava fixamente, suas pupilas estavam dilatadas e ela parecia não me ver.

    – O que foi? – Chamei por ela até que ela piscou.

    – Quantos dias se passaram desde que nos casamos? – Ela disse baixinho.

    – Dezessete. – Por que isso era importante? – Bella, o que foi? – Mas ela me

    interrompeu. Seus lábios tremiam e ela falava silenciosamente, até para mim. Ela

    estava pensando, mas em que?

    – Bella! Eu estou perdendo a cabeça aqui.

    Bella pareceu tentar falar mas nada saiu. Eu estava muito ansioso. Toquei em

    seu rosto, tentando virá-lo para mim, mas ela procurava algo na mala, até que

    encontrou. Ela pegou uma caixinha azul e a olhava fixamente. Só um segundo depois

    me dei conta que eram absorventes femininos. Eu sabia que Bella tinha mudanças de

    humor nesse período, mas nada comparado a isso.

    – O que? Você vai colocar a culpa do mal estar na TPM? – Não aceitei essa teoria mas

    disse passando a minha mão por sua cintura.

    – Não – Ela dizia ofegante, olhando nos meus olhos. – Não, Edward. Eu estou tentando

    te dizer que a minha menstruação está cinco dias atrasada. – nesse momento a ficha

    caiu. – Eu não acho que tenho intoxicação alimentar.

    Eu simplesmente congelei nesse momento. A minha mente trabalhava sem parar

    juntando todas as peças enquanto parte dela ouvia o que Bella dizia.

    “– Os sonhos ... Dormindo demais. O choro. Toda a comida. Oh. Oh. Oh.”

    Conforme Bella ia falando as peças iam se encaixando.“Choro, vômitos, fome

    exagerada, apetite sexual descontrolado” eu ia pensando também. Minha mente

    trabalhava conforme as lembranças voltavam sem parar. “Mestruação atrasada, seu

    corpo mais arredondado”. Lembrei de um período em que Carslile trabalhou como

    único médico numa cidadezinha no interior de Ohio há alguns anos. Lá o ajudei nas

    situações cotidianas, em que o sangue não estava envolvido. Lembrei dos livros sobre

    concepção e parto. Analizei cada página. Tudo se encaixava, mas não era possível. “Sou

    um vampiro, pelos céus!”.

    “– Oh!” – Bella disse e pela minha visão periférica a vi se levantando, mas

    simplesmente não conseguia me mover.

    “– Impossível” – Bella disse mais de uma vez baixinho em algum lugar.

    Eu imaginava que isso realmente era impossível, nunca na história ouvimos falar

    nisso. Haviam as crianças imortais, mas eram bebês que foram mordidos e

    transformados, não gerados. Sabíamos das vampiras que se relacionavam com humanos

    no intuito puro e simples do sexo, o Succumbus, como Tânia, mas ela nunca ficou

    grávida, mesmo tendo relações sexuais com homens que eram plenamente capazes de

    engravidar uma mulher. Sabíamos que haviam vampiros que seduziam mulheres,

    tinham a relação sexual mas apenas como pretexto de a envolver mais, depois bebia seu

    sangue.

    Em minha mente tudo foi se encaixando e ficando mais claro. Minha garganta se

    fechou completamente. Não sentia nada, absolutamente nada.

    “Nunca houve um casal como eu e Bella, um vampiro que suportasse chegar tão

    perto e resistir a tentação do sangue e do calor humano, sem matar. Bella era capaz de

    ter filhos ... eu era um jovem rapaz, congelado na forma que estava quando Carslile me

    transformou. Se naquela época eu poderia ter tido filhos, se assim o destino quizesse,

    eu poderia ter agora?” Vi em minha mente a imagem de Charlie nos acusando.

    Perguntando se Bella estaria grávida! Lembrei que naquele momento eu tinha a certesa

    do impossível, agora não mais.

    Meu corpo se enrijeceu quando juntando os fatos eu imaginei o que Bella

    estaria carregando. “Ela está grávida de um bebê vampiro? De uma coisa ... um

    monstro sedento por sangue. Isso vai matá-la!”.

    Ring! Ring! Ring!

    Ouvi o telefone tocar mas o pânico que sentia me impedia de ter qualquer

    reação. Seria Alice? Ela teria visto algo? Vi Bella se ajoelhando e mexendo em meus

    bolsos. Eu estava completamente em pânico. O medo do que poderia acontecer me

    apavorava. Mas o que ia acontecer? Não dava para prever. “Talvez Carslile ...” . Meu

    pensamento foi cortado quando ouvi Bella ao telefone.

    – Oi Alice. – Bella cumprimentou Alice e foi respondendo. – Sim. Hum .... O Carlisle

    está aí? ... Eu não estou... cem por cento... certa ... Eu não tenho certeza. – Seu corpo de

    enrijeceu ao lado do meu e ela ofegou – O que você viu?

    Então Alice tinha visto realmente algo. Algo forte o bastante para fazê-la ligar na

    nossa Lua de Mel. Ela havia prometido privacidade, não nos encomodaria nem ficaria

    vasculhando nossa vida. Ela tinha prometido. O que Alice tinha visto para que ela

    quebrasse essa promessa? Alguns segundos se passaram e Bella não falava, mas o

    telefone ainda estava com ela, quando o silêncio foi quebrado.

    – Eu... Eu estou um pouco preocupada com o Edward... Vampiros podem entrar em

    choque?

    Ouvi então ao longe voz de Carslile do outro lado da linha. Fui tomando conta

    de meus movimentos lentamente enquanto ouvia Bella falando.

    – Não, não. Apenas... pego de surpresa. ... Eu acho... bem, eu acho que... talvez... eu

    possa estar...Grávida.

    “– Quando foi o primeiro dia do seu último ciclo menstrual?” Ouvi Carslile falando ao

    telefone.

    – Dezesseis dias antes do casamento.

    “– Como você se sente?”

    – Estranha. Isso vai parecer loucura ... olha, eu sei que é muito cedo para qualquer coisa

    assim. Talvez eu esteja louca. Mas eu estou tendo sonhos bizarros e comendo o tempo

    todo e chorando e vomitando e... e... eu juro que alguma coisa mexeu dentro de mim

    agora.

    Me assustei com a voz e as palavras de Bella e saí do transe que me encontrava.

    “O monstro já estava se mexendo?” Estendi minha mão, pedindo o celular a Bella. Ela

    me olhou espantada. Vi uma lágrima em seu rosto e isso me doeu forte. Precisava falar

    com meu pai. Ter sua visão da situação.

    – Hum, eu acho que o Edward quer falar com você.

    “– Ponha ele na linha.”

    Bella lentamente me entregou o telefone.

    – Isso é possível? – Disse com a minha voz se esvaindo. A voz não saía por que minha

    garganta ainda estava meio fechada.

    “– É a única explicação, Edward. Bella tem todos os sintomas. Mas o problema pode

    ser muito maior. Entenda, você é um vampiro, e ela humana, com sangue quente. O que

    você acha que pode estar crescendo dentro dela? – Simplesmente não consegui

    responder e ele continuou. – Isso pode ser muito perigoso e está evoluindo

    rapidamente.”

    – E a Bella? – O medo me inundou e a trouxe para perto de mim.

    “– Sinceramente não sei ainda o que esperar, mas uma possibilidade existe. O que quer

    que seja que Bella está carregando, pode querer se alimentar como nós, pode querer

    sangue. E esse sangue será o de Bella. Mesmo sendo um vampiro ou humano usará o

    corpo de Bella como alimento. Preciso examiná-la rapidamente. Você precisa voltar

    agora, Edward!”

    – Sim. Sim, eu vou.

    Disse e logo desliguei. Eu já tinha o número da compania aérea na memória do

    celular e fui logo discando.

    – O que o Carlisle disse? – Bella quiz saber o que tínhamos conversado e a conclusão,

    apesar de que ela já sabia.

    – Ele acha que você está grávida. – Disse com a voz ainda falha, sussurrando.

    – Para quem você está ligando agora?

    – Para o aeroporto. Estamos indo para casa.

    Nos levantamos e a coloquei na cama, sentada confortável enquanto eu ligava.

    Calculei em quanto tempo estaríamos no continente e fui logo reservando, mas todos os

    vôos da compania que viemos estavam lotados. Precisava procurar em outras. Na pior

    das hipóteses teria que fretar um jatinho, mas de alguma forma estaríamos em casa

    breve e Carslile poderia nos ajudar. Eu discuti com a moça da compania aérea até que

    ela me conseguisse dois assentos na primeira classe de qualquer empresa que nos

    levasse para casa. Bella ia precisar de todo conforto e espaço, e do jeito que eu estava

    nervoso, não seria bom que nenhum humano estivesse por perto.

    Eu ia falando ao telefone e recolhendo nossas coisas. Separei as nossas roupas e

    coloque sobre a cama. Bella ficava sentada me observando até que se levantou, se

    arrumou, depois saiu do quarto. A velocidade normal não era tolerável agora. Tínhamos

    que partir imediatamente. Finalmente consegui um vôo. Liguei para casa, disse a

    Carslile o número do nosso vôo e horário de chegada, e larguei o telefone sobre a

    cômoda. Coloquei tudo na mala, as coisas que estavam no quarto e no banheiro. Um

    som diferente chamou minha atenção. Era a respiração de Bella. “Ela está sofrendo ...

    ela está chorando”.Como um raio segui seu faro e a encontrei na cozinha, de frente

    para a janela.

    – Bella? – Gritei por ela, desesperado na porta da cozinha. Ela se virou e vi seu rosto

    úmido e assustado. – Bella! – Me aproximei rapidamente a tempo de aparar uma

    lágrima. – Você está com dor?

    – Não, não ... – Ela se fazia de forte, mesmo nesse momento. “Não é hora de se

    esconder atrás dessa fachada forte, amor!”

    – Não tenha medo. Nós vamos estar em casa em dezesseis horas. Você vai ficar bem. O

    Carlisle vai estar pronto quando chegarmos lá. Nós vamos tomar conta disso, e você vai

    ficar bem, você vai ficar bem.

    – Tomar conta disso? O que você quer dizer? – Olhei em seus olhos e agora vi que o

    medo a tomava.

    – Nós vamos nos livrar dessa coisa antes que ela possa machucar qualquer parte de

    você. Não fique com medo. Eu não vou deixar essa coisa te machucar. – Disse para

    tranqüilizá-la.

    – Essa coisa? – Ela estava com medo, definitivamente.

    – Droga! Eu esqueci que o Gustavo tem que ser pago hoje. Eu vou me livrar deles

    rápido e volto logo. – Disse quando ouvi a lancha de Gustavo atracando.

    Dispensei Gustavo mas antes que eles voltassem, Kaurê, que segurava um prato

    em sua mão, começou a insistir em deixar nosso jantar. Eu disse que estávamos indo

    embora, que não era necessário, mas ela insistia. Na sua mente, vi que ela percebeu meu

    nervosismo, mesmo quando Gustavo nem se dava conta. Ela reparava em pontos que

    normalmente eram despercebidos pelos humanos, mas ela não falava claramente, ela

    queria checar Bella. Insistia forçando um sorriso no rosto.

    – Sua esposa adorará a comida Brasileira, Sr. Eduardo. – Ela dizia e seguia em direção

    à casa.

    Passei a sua frente e fui de encontro a Bella, para explicar. Vi que ela ainda tinha

    o rosto úmido. Limpei sua face, sofrendo junto com ela.

    – Ela insiste em deixar a comida que ela trouxe, ela nos fez o jantar. ... É uma desculpa,

    ela quer ter certeza que eu ainda não te matei.

    Bella ficou um pouco preocupada, seus olhos se arregalaram quando Kaurê

    entrou e colocou o prato sobre a mesa.

    – Seu jantar senhora. – Disse Kaurê, mas Bella não entendia português. Ela olhava os

    olhos de Bella e em sua mente as suas expectativas foram se confirmando.

    – Muito obrigado, agora você poderia nos deixar a sós? – Disse num tom mais rude.

    Não estava nos meus melhores dias.

    A mulher me obedeceu mas quando se virou jogou o ar na nossa direção, foi o

    que bastou. O corpo de Bella se enrijeceu e ela voltou a vomitar copiosamente na pia da

    cozinha. “O cheiro da comida!”, pensei. Rapidamente joguei o prato na geladeira para

    parar o cheiro e voltei para a pia. Eu segurava seu cabelo e acariciava sua face. Quando

    Bella terminou e lavou sua boca, virei seu corpo em direção ao meu e a abraçei forte.

    Percebi naquela hora que Kaurê ainda estava aqui, isso tinha me escapado. Na

    sua mente vi Bella abraçada a mim e com a mão sobre o ventre. Kaurê agora confirmou

    suas dúvidas e ela arfou. O choque pelas imagens que surgiam na cabeça de Kaurê me

    assustaram. Ela lembrava nitidamente das lendas de seu povo. Ela teve pena de Bella na

    mesma hora e estendeu a mão, querendo arrancar Bella de mim.

    Trouxe Bella para as minhas costas, protegendo-a das palavras e da fúria daquela

    mulher.

    – Lobisomem. – Kaure gritava e vinha na nossa direção. – Não vou permitir que você a

    machuque. Mê de ela, vamos cuidar dela!

    – Não! – Dei um passo a frente, com Bella segurando meu braço. Começei a explicar a

    nossa situação, em em tupi, a língua nativa de sua tribo. – Eu a amo, ela é minha

    esposa! Nós não sabiamos que isso era possível! Estamos indo embora procurar uma

    pessoa para nos ajudar. Eu a amo e vou salvá-la! Por favor vá embora, preciso ajudá-la!

    Kaure se assutou quando começei a falar na sua língua. Ela ficou me observando

    e a pena por nossa situação foi nascendo em sua mente.

    – Quando descobriram?

    – Hoje, há aproximadamente 2 horas. Não sabemos o que ela está carregando, mas está

    crescendo rápido. Acho que a está consumindo. Eu sei o que você pensa e vejo na sua

    mente que sua tribo sabe dessas coisas. Como vocês lidaram com isso? Preciso saber!

    Preciso salvá-la? – Me virei tocando no rosto da “minha vida”. E vi Kaurê fazendo o

    sinal da cruz.

    – Você a condenou!

    – Por favor me ajude. Preciso saber. Apenas pense que verei. – Disse estendendo minha

    mão, mostrando Bella. Kaure nos olhava assustada.

    – Entenda. A barriga dela crescerá rapidamente, ela ficará enorme em pouco tempo, e a

    criatura sairá daí a matando. – Ela disse e fez a mímica, depois de dar mais um passo em

    nossa direção. – Quando vocês irão?

    – Estaremos em casa daqui a 16 horas. Temos um médico nos esperando.

    – Seja rápido se quer salvá-la.

    – Por que?

    – Depois de alguns dias será impossível tirar o monstro.

    – O que acontecerá? – Vi a cena em sua mente, era como se ela já tivesse visto algo

    como isso.

    – Morte. – Karure disse ao se aproximar de Bella, colocando a mão levemente sobre

    seu ventre, suspirou e foi embora.

    Me sentia impotente. Não conseguia me mexer novamente. Eu olhava a mulher

    saindo da casa e pensava. “Não ... não permitirei!”, eu gritava em minha mente. “ Não a

    minha Bella, não a minha vida. Não posso deixa-la ... não posso deixar que isso

    aconteça. Eu a amo tanto ... que dor ...”. Minha mente girava e minha garganta se

    fechava com as imagens mentais de Kaurê. Eles se foram, a mulher e Gustavo partiram

    sem Kaure revelar a Gustavo o que tinha se passado aqui dentro. Bella estava estática ao

    meu lado. Não dizia nada, só pensava. Ela ficou o tempo todo assim, parada com a mão

    em seu ventre até que se mexeu, saindo da cozinha. Eu não queria ficar longe dela, nem

    por um minuto, como se o nosso tempo não fosse suficiente, eu precisava estar com ela,

    ela precisava de mim, agora mais do que nunca.

    – Aonde você está indo? – Forcei a voz pela minha garganta que queimava agora, mas

    não pela sede, mas pela dor.

    – Escovar meus dentes de novo.

    – Não se preocupe sobre o que ela disse. Não são nada mais que lendas, mentiras

    antigas para diversão. – Tentei explicar, acalmá-la caso ela tenha entendido algo.

    – Eu não entendi nada. – Ela me falou num tom despreocupado. Eu não acreditei, mas

    não valia a pena discutir por isso, precisávamos ir o mais rápido possível, o horário do

    vôo estava apertado.

    – Eu empacotei sua escova. Eu vou pegar para você. – Fui até a mala e peguei sua

    necessaire.

    – Nós vamos embora em breve?

    – Assim que você acabar.

    Eu estava muito nervoso, se antes a angústia me fazia congelar, agora a agonia

    me deixou inquieto. Assim que Bella terminou coloquei na mala e a fechei.

    – Eu vou levar as malas para o barco. – Disse a ela, acariciando sua face antes de sair.

    “Não vou demorar meu amor”.

    – Edward... – Ela me chamou antes de eu sair e eu me virei.

    – Sim?

    – Você pode... empacotar um pouco de comida? Você sabe, só em caso de eu ficar com

    fome de novo. – Ela me pediu com os olhos suplicantes. Bella estava nervosa. Seu

    coração estava acelerado e eu via a angústia em seu rosto.

    – Claro. – “Vou fazer tudo que você quizer meu amor” – Não se preocupe com nada,

    nós vamos chegar até Carlisle em algumas horas, realmente. Isso vai acabar logo. – Foi

    uma promessa. Ela assentiu e eu segui para a cozinha.

    Na cozinha peguei todos os pacotes de pretzels e biscoitos que tínhamos e

    coloquei numa bagagem de mão, assim não teríamos problemas no embarque. Disparei

    para o deck e coloquei rapidamente as malas na lancha. Lembrei que precisaríamos de

    transporte no continente até o aeroporto. Na situação de Bella e com toda essa bagagem,

    não poderia simplesmente colocá-la nas minhas costas e correr. Coloquei minha mão no

    bolso em busca do celular mas ele não estava alí. “Onde está meu celular?” pensei.

    Voltei para buscar Bella e procurar o celular. A encontrei no nosso quarto com o celular

    na mão.

    – Você esqueceu. – Ela disse me entregando o aparelho.

    – Vamos agora? – Ela assentiu. – Deixe carregá-la, não quero que se canse.

    – Me deixe ir ao banheiro primeiro.

    Peguei Bella em meus braços logo que ela saiu do banheiro e fomos para a

    lancha. Antes de partirmos liguei para uma empresa de táxi e solicitei um carro para nos

    levar ao aeroporto. Bella parecia calma e concordou com tudo o que eu fazia ou pedia e

    isso não era natural dela. Normalmente Bella tinhas suas próprias opiniões e vontades,

    mas hoje isso não me incomodaria. O que ela quizesse eu faria para sairmos o mais

    rápido possível e voltarmos para casa, onde Carslile já nos esperava.

    Segui rapidamente para o continente, encurtando a viagem em pelo menos 1

    hora do normal. Assim que chegamos na marina já estava anoitecendo e o táxi nos

    esperava. Fomos direto para o aeroporto.

    Bella permanecia calada, só não tirava os olhos de mim. Eu estava muito

    agitado, mas precisava manter a pose de tranquilidade para ela. Percebi que cada vez

    que eu demonstrava uma iritação, seja pelo trânsito, seja pela lentidão na fila do

    embarque ou quando o avião custou a decolar, uma ruga aparecia em sua testa. Ela

    estava sofrendo, mas não parecia uma dor física, era estranho o sentimento que me

    invadia quando isso acontecia.

    Assim que o avião decolou Bella adormeceu em meus braços. Ela parecia

    tranquila, até sorriu um pouco dormindo. Depois de duas horas de vôo Bella despertou

    assustada, levou sua mão à boca e me olhou assustada. “Ela quer vomitar!”. Levei-a em

    meus braços até o banheiro com as aeromoças nos seguindo.

    – O que ela tem? Podemos ajudar? – Uma delas perguntou.

    – Minha esposa está grávida. – Dei a única resposta que me veio a cabeça. Assim elas

    não nos encomodariam.

    – Parabéns, Sr. Caso necessitem de algo, não se preocupem em pedir. – Disse a

    aeromoça sorrindo ao nos dar mais privacidade.

    Bella logo se recuperou e me olhou sorrindo. Ela parecia bem melhor. Voltamos

    para nossos assentos calmamente evitando movimentos bruscos.

    – Estou com fome. Ainda tem daqueles biscoitos? – Ela me falou.

    – Mas você acabou de vomitar, Bella. Acho melhor você esperar um pouco.

    – Mas eu quero. – Ela me olhou suplicando. Claro que eu atendi sua vontade. Não me

    incomodava.

    Bella adormeceu logo depois. O vôo então foi tranquilo, Bella não se sentiu mal.

    Quando o avião começou o procedimento de descida ela já estava acordade e começou a

    ficar mais nervosa, mas não falava nada. Fiquei mais aliviado quando vi que minha

    família nos esperava no portão de desembarque. Todos estavam lá ... inclusive ...

    Rosalie?

    – Finalmente. – Disse Rosalie e vi na mente dela a imagem de Bella grávida, mas não

    como estava agora, com a barriga grande. Em sua mente também ouvia uma conversa

    entre elas. “Bella ligou para Rosalie? Justo para Rosalie! Por que?” Minha pergunta

    foi logo respondida.

    Bella soltou de minha mão e correu para os braços de Rosalie enquanto eu

    absorvia o pensamento de todos.

    – Segurem ele. – Gritou Alice um segundo antes de eu entender tudo.

    Bella havia tomado a decisão lá mesmo na ilha, e de lá ligou para Rosalie de

    meu celular. Eu o havia esquecido dentro de casa. Bella estava decidida a levar a

    gravidez do monstro à diante, mesmo sabendo do risco que estava correndo. Emmet

    logo me deu um aperto de aço, impedindo que eu fizesse uma cena alí mesmo. Eu

    queria acabar com Rosalie por estar apoiando e protegendo Bella ... de mim.

    – Você não pode fazer isso, Bella! – Disse olhando em seus olhos, suplicando.

    – Não posso matá-lo Edward ... não posso. – Bella chorava nos braços de Rosalie.

    – Eu te amo, não faça isso conosco!

    – Eu não posso Edward ... eu não posso. – Ela chorava com a mão sobre a barriga.

    Senti nesse momento uma dor muito forte que percorreu todo meu corpo, era tão

    forte que quase não conseguia ficar de pé. Ouvia e via na mente de todos tudo o que

    aconteceu aqui, desde a descoberta da gravidez de Bella. E o que mais me assustou foi

    ver na mente de Alice a visão onde Bella desaparecia a cada dia.

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