Autora: Paula R. Cardoso
Classificação: +18
Categoria: Twilight
Marcador: Fanfic
Categoria: Twilight
Marcador: Fanfic
Avisos: Sexo
Capítulos: 13 Status: Em andamento
Capítulos: 13 Status: Em andamento
Sinopse
"De três coisas eu estava convicto.
Primeiro, Bella era humana.
Segundo, tinha uma parte dela que tinha um forte controle sobre mim.
Terceiro, eu estava incondicionalmente apaixonada por ela.
N|A:
Essa historia e a continuação dos 12 capítulos disponibilizados pela
Stephenie Meyer, que podem ser lidos aqui mesmo no blog.
16. Conhecendo a Família
Bella dormiu o sono mais tranquilo, apesar de se mexer um pouco na cama, desde
que eu começei a visitar seu quarto durante a noite, mas também foi a noite em que Bella
mais falou. Ela ficou abraçada a mim quase a noite toda e dizia coisas como “Eu te amo”,
“uhmm ... lindo ...”, “ Tão fria mas tão macia ...”. Só dormiu profundamente depois das 2
horas da madrugada quando girou para o outro lado e me libertou. Eu tinha que ir para casa
me trocar e tomar um banho mas tinha receio. Fiquei de pé de frente para ela me decidindo
“E se ela acordar? ... Queria estar aqui quando ela acordar ...”, mas minhas dúvidas
foram logo respondidas.
“– Ela só vai acordar lá pelas 5 horas, pode ir tranquilo.” – Alice disse assim que eu
percebi sua mente se aproximando. – “Estou muito feliz por você ... Fiquei preocupada e
fiquei vigiando ... Desculpe.”
– Tudo bem. – Disse a ela assim que Alice apareceu na janela de Bella.
– Vamos então? Todos estão ansiosos por que você não voltou. Eu disse que estava tudo
bem, mas Esme está querendo te ver ... eles não sabiam do seu passeio de hoje, não falei
nada.
– Obrigado, Alice. Se Esme soubesse ia ficar toda preocupada. – Agradeci a minha
irmãzinha. Sabia que poderia contar com Alice.
– Na verdade ela estava, mas eu a tranquilezei, mas sabe como ela é com você ... – Alice
ensaiou um ciúme, mas eu sabia que era falso.
– Com todos nós. – Disse para ela sorrindo.
– Mas com você ela tem um amor especial, você foi o primeiro ... – Ela quiz se justificar.
– Eu sei. – Disse sorrindo do ciúme falso de Alice. – Ela me ama mais. – Provoquei Alice e
ela sorriu.
– Eu sabia que você diria isso. – Alice me disse e mostrou a língua como uma criança.
– Mesmo? Não diga! – Provoquei mais. – Vamos logo, quero voltar rápido, não quero que
ela acorde sozinha. Quero estar aqui. – Dei um beijo de leve na boca de Bella e saí pela
janela.
“– Doido. Isso eu não havia previsto, e se ela acorda?”, Alice pensou.
– Ela não vai acordar. – Disse e tentei empurrar Alice pela janela mas antes de conseguir,
Alice já estava no gramado rindo para mim.
Corri para casa ao lado de Alice. Ela tentou várias vezes me derrubar mas não
conseguiu ... claro. Eu sempre lia em sua mente a sua reação, mas logo ela tinha uma visão
de mim reagindo. Nos divertíamos muito assim, sempre um tentando vencer o outro na
velocidade da mente, mas dava sempre empate.
– Finalmente. – Esme me falou assim que eu entrei pela janela da cozinha. – Onde você
estava? E seu celular?
– Bem ... desliguei. Desculpe, mas precisava de ... uhmmm... privacidade. – Respondi meio
sem graça.
– Privacidade? Por onde você andou? – Ela estava curiosa e preocupada.
– Com Bella. – “Claro... onde mais eu estaria?”, pensei.
– Claro ... Eu sabia! – Gritou Emmet, descendo a escada. Ele estava ouvindo tudo do andar
de cima.
– Oi Emmet. – Saudei meu irmão, ele estava curioso também.
– Fala logo. E aí? Como foi o dia com a humana? – Ele disse curioso.
– Bella ... o nome dela é Bella, Emmet. – O corrigi e ele deu uma gargalhada. – Passamos
o dia numa campina que eu conheço.
– Onde? ... Mas , Edward ... hoje fez sol ... – Esme me disse confusa. – Todos nós ficamos
escondidos hoje, e você some sem falar nada.
– Eu sei que fez sol, eu ... na verdade ... peguei um solzinho também. – Disse deixando eles
mais curiosos.
– Como é? Ahhahah. Conta logo, cara! – Emmet disse ansioso e gargalhando.
– Eu e Bella pegamos um solzinho hoje. – Disse dando um meio sorriso. Na verdade eu
estava radiante internamente.
– Como é? Você e a humana ? ... A Bella? – Esme me disse com os olhos arregalados.
– Sim, Esme. Agora ela sabe de tudo. – Disse feliz.
– Mas como ela reagiu? – Esme me disse. Na sua mente eu via um mixto de felicidade e
preocupação naquela hora.
– Não saiu correndo e gritando por socorro? – Emmet disse se divertindo.
– Na verdade não ... ela foi na verdade ... incrível. Vocês precisavam ver como ela ...
reagiu. – Disse tentando suprimir um riso. Eu lembrei de Bella agarrando meu pescoço.
– Ah! Fala logo tudo, Edward... – Emmet pediu. – Detalhes ..
– Cara ... deixa de ser curioso.
– Você não está querendo privacidade, né? Você não dá privacidade pra gente ... Fala aí... –
Emmet dizia gargalhando. Ele estava se divertindo muito enquanto Rosalie se contorcia em
ciúmes no andar de cima.
– Emmet! – Esme ralhou com Emmet. Ela também tinha curiosidade, mas se continha.
Alice se divertia ao meu lado.
– Se você não contar, conto eu. – Alice disse e logo Jasper e Carslile estavam na sala
esperando pela história também.
– Ok... Mas vocês são uns intrometidos. – Acusei brincando com eles. – Eu e Bella
tínhamos combinado em sair hoje. O Chefe Swan ia pescar então eu a chamei para um
passeio. Levei Bella em uma campina que eu conheço, longe das trilhas. Foi difícil e
demorado, com o ritmo humano de Bella. – Fui narrando o meu dia para eles. Emmet
estava adorando, assim como Jasper e Alice. Esme e Carslie me chamavam de louco o
tempo todo em suas mentes, mas estavam muito felizes em me ver feliz. – Assim que
chegamos lá, Bella adorou o lugar, mas eu fiquei à sombra de uma árvore. Eu havia dito a
Bella que mostraria, um dia, meu dilema em relação ao sol. Foi uma promessa que eu havia
feito a ela, há alguns dias ...
– Meu Deus! – Disse Esme me interrompendo. – Eu não sabia que vocês estavam tão
envolvidos assim ...
– Estamos, mãe ... Eu a amo, e acho que ela me ama também. Eu me mostrei para Bella e
ela não correu, não gritou ... – Disse olhando nos olhos de Esme.
– Ela não correu? Não ficou com medo? – Agora Carslile falou.
– Não. Na verdade ela ficou tão feliz quanto eu. Ficamos a tarde toda juntos lá. – Disse
para Carslile.
– E depois? – Perguntou Emmet.
– Você é tão incoveniente, Emmet. – Disse Alice, repreendendo Emmet.
– Ah! Então rolou alguma coisa ... Você sabe não é Alice. Assim não é justo ... a gente quer
saber também. – Emmet reclamou. – Fala aí, Edward! Rolou um beijinho, foi? – Emmet me
perguntou e eu dei um olhor reprovador para ele. Emmet deu uma gargalhada. – Ela te
prendeu mesmo.
– Vocês se beijaram, Edward? – Esme me perguntou e eu assenti.
– Eu sabia! – Emmet falou alto. Ele estava mesmo se divertindo.
– Assim vocês me deixam sem graça. Isso é particular.
– Estamos muito felizes por vocês, filho. – Carslile disse tocando em meu combro. – Mas o
que você fez foi muito perigoso.
– Eu sei, mas não dava mais para adiar. Eu queria e ela também. Na verdade ela que
avançou em mim. – Disse rindo para eles.
– O que? – Emmet se espantou. – Aquela menina tímida? Não acredito ... Não mesmo.
Bella sempre ficou na dela.
– Eu sei, mas comigo ela não é assim. Comigo ela se comporta diferente, por isso acredito
que ela me ama como eu a amo. Nós conversamos muito, eu contei praticamente tudo sobre
mim e um pouco sobre vocês também. Ela conversa abertamente comigo, e não se assusta
com nada.
– Sobre nós? O que você contou? – Jasper perguntou intrigado.
– Nada demais, só algumas coisas. Suas histórias pertencem a vocês e se algum dia vocês
quizerem contar, serão vocês mesmo que contarão. – O tranquilizei.
– O que mais me espanta é o comportamento que você diz que ela tem sobre nós. – Carslile
comentou. Ele lembrou de Bella no hospital.
– Eu também me espanto a todo momento, ela parece simplesmente não temer nada. Muito
estranho e ... interessante. – Comentei também.
– Será que essa garota não é um tipo de vampiro novo? – Emmet brincou.
– Claro que não. Ela tem sangue ... quente. – Disse e só de lembrar fiquei ansioso por
voltar.
– E aí, Edward? Vai conseguir manter Bella longe da gente por quanto tempo? – Jasper me
perguntou. Ele já estava pensando na aposta que ele e Emmet haviam feito, então deu uma
olhada para Emmet, que sorriu entendendo onde ele queria chegar.
– Eu ainda não a conheço... Gostaria de conhecer a jovem responsável por toda essa
mudança. – Esme me pediu. – Estou muito feliz por você ter encontrado sua metade, meu
filho.
– Eu também gostaria que isso acontecesse logo. – Disse sorrindo para Esme. – Falando
nisso, já fiquei tempo demais aqui.
– Onde você vai? – Perguntou Esme.
– Para a casa de Bella. Não quero que ela acorde e eu não esteja lá. – Disse e todos ficaram
confusos, menos Alice. Tive então que me explicar. – Uhm ... Ela me pediu para ficar ...
ontem à noite ... Quando passamos a noite juntos... ahmm ... na ... cama dela conversando.
– Rá! Eu sabia que tinha algo mais ... eu sabia. – Emmet caiu na gargalhada. Não se
conteve.
– Edward! – Esme ralhou comigo. – Você está louco, meu filho. Na cama dela?
– E o Chefe Swan? – Depois foi Carslile.
– Calma. Não aconteceu nada. Nós só ficamos perto um do outro ... deitados juntos. Nada
demais. Ficamos apenas conversando. – Me expliquei novamente, é claro que omiti as
carícias e os beijos em seu pescoço, testa, ombros ... minha respiração já estava querendo
acelerar mas eu me controlei.
– E .... – Emmet queria saber mais.
– E nada, Emmet. – Alice então se intrometeu.
– Ah! Tem mais sim. Estou vendo pela cara dele. Conta aí, Edward. – Emmet insistiu.
– Não aconteceu nada, Emmet. – Garanti.
– Então ... quando você vai trazê-la aqui, Edward. – Esme pediu.
– Não sei se ... se já está na hora. – Disse e olhei para todos. – Será seguro para Bella aqui?
– Claro que sim. Ninguém aqui faria mal algum a Bella. – Carslile garantiu, mas em sua
mente veio um aviso. “Seria bom conversar com Jasper reservadamente.”
– Ok, então. Vou conversar com ela ... assim que ela acordar, se Bella topar eu a trago aqui,
mas ligo antes avisando. – Comuniquei então a minha decisão.
– Isso será muito bom. – Disse Esme vindo me abraçar.
– Também acho Esme.
– Não quero aquela humana aqui! – Rosalie disse do alto da escada. – Não vou aceitar isso.
– Rose . – Emmet tentou argumentar. – Ela agora está com ele, temos que aceitar. Na
verdade ... não temos que aceitar nada, eles estão juntos e pronto.
– Não é bem assim ... Não quero essa gente de fora na nossa casa, é arriscado demais para
nós, sendo expostos por culpa dele. – Rosalie disse para Emmet mas no final fez um sinal
com a cabeça para mim. Ela odiava Bella por ter despertado em mim algo que nunca senti
por ela.
– Essa aqui é a minha casa também, Rosalie ... E Bella estará onde eu estiver. – Disse
rosnando para Rosalie.
– Calma, Edward. – Carslile se intrometeu. – Rosalie, ele tem todo o direito. Você trouxe
Emmet para a nossa casa e ele foi recebido de braços abertos. Bella também será.
– Mas eu não estarei aqui para presenciar. Vou logo avisando que não compactuo com isso
e não estarei aqui. – Rosalie se decidiu e olhou para Emmet.
– Vamos sair daqui. – Emmet disse e se desculpou comigo em sua mente. Eu assenti e os vi
partir.
– Sinto muito por isso, Carslile. – Me desculpei.
– Não se preocupe com isso. Rosalie é assim mesmo, explosiva. Já esperávamos por isso,
na verdade ... não é mesmo? – Carslile disse.
– É. – Concordei e mudei de assunto. Esme já estava ficando triste com a situação. – Posso
mesmo trazê-la aqui hoje, Esme?
– Eu vou ficar muito feliz em conhecê-la. – Ela me respondeu.
– Ok, então tá combinado. – Disse me despedindo e já indo para o meu quarto. – Preciso
ir... então.
Tomei um banho e me arrumei rapidamente ... a conversa que tive com a minha
família me atrasou ... “Vou precisar correr mais.”, pensei. Logo que eu estava pronto saí
pela porta dos fundos sem falar com niguém e voei baixo para a casa de Bella, que ainda
estava dormindo como Alice havia me garantido. Não quiz acordá-la então me sentei na
cadeira de balanço e esperei que Bella despertasse. Fiquei alí ... fitando aquela cama e sua
dona ... encantado.
Ouvi Charlie acordando e se arrumando para sair para mais uma pescaria, então tive
que sair por alguns minutos, quando ele pensou em vir checar Bella que estava dormindo
profundamente. Fiquei no telhado de sua casa observando até que Charlie saiu, ele antes
reconectou os cabos da bateria da picape de Bella, envergonhado por ter desconfiado da
filha. Charlie não conhecia Bella profundamente, então na noite passada, teve a mesma
reação que outros amigos dele já haviam tido, no intuito simples de proteger suas filhas. Vi
as histórias absurdas que passaram em sua cabeça e assim que Charlie partiu voltei para a
cadeira de balanço.
Passava das 5 horas da manhã quando ouvi o coração de Bella acelerando ... “Ela
está acordando.”, pensei e ela começou a se mexer na cama. Pensei em ir para o seu lado,
mas não quiz forçá-la, quiz na verdade observar, pela primeira vez, Bella despertando na
minha presença, seria a nossa primeira manhã juntos. A luz pareceu incomodar por que
Bella cobriu os olhos com o braço e se virou enquanto bocejava. Ela estava linda ... a
sensação de estar alí com ela era incrível. Eu me sentia muito feliz e realizado, havia
pensado naquela situação todas as vezes em que eu tinha que partir ao amanhecer.
– Oh! – Bella disse e se levantou rapidamente meio tonta.
– O seu cabelo parece um monte de palha... mas eu gosto. – Disse para ela de forma
casual, não querendo assustá-la.
– Edward! Você ficou! – Bella disse ao se virar na minha direção.
Bella parecia feliz em me ver, e isso me fez mais feliz. “Será que essa felicidade
toda é normal?”, pensei. Bella se levantou, veio correndo na minha direção e se sentou no
meu colo. “Uau!”, pensei. Aquilo foi uma surpresa para mim, e acho que para ela também,
por que menos de 2 segundos depois que Bella estava no meu colo seu corpo se enrijeceu.
– É claro. – Disse afagando suas costas e sorrindo para ela.
Bella se aconchegou mais em meu peito e foi ótimo sentir seu corpo perto do meu
novamente. Seu perfume, agora mais intenso invadiu a minha mente e senti Bella inspirar o
meu cheiro também. Eu já desconfiava que meu cheiro mexia com ela, mas naquela hora
tive a comprovação, lembrei então da vez em que desconfiei disso ... no carro, quando a
trouxe para casa depois de jantarmos em Port Angeles, Bella inspirou em minha jaqueta.
– Eu tinha certeza de que tinha sido um sonho. – Bella me disse.
– Você não é tão criativa. – Brinquei com ela.
– Charlie! – Bella falou assustada e se levantou rapidamente. Só naquele momento é que
ela se deu conta de que estava comigo, em meu colo... de manhã ... dentro de seu quarto ...
ao lado do quarto de seu pai.
– Ele foi embora há uma hora ... depois de reconectar os cabos da sua bateria, eu devo
dizer. Eu tenho que admitir que fiquei decepcionado. Será que só isso seria necessário pra
te parar, se você quisesse sair? – Bella não disse nada ... ficou parada me olhando com os
olhos arrgalados e pensando. – Você geralmente não fica tão confusa de manhã. – Disse e
estendi meus braços, a a convidando para estar comigo novamente.
– Eu preciso de outro minuto humano. – Bella pediu.
– Eu vou esperar. – Abaixei meus braços e consenti.
Enquanto Bella estava fora eu tentei acalmar meus pensamentos, eu me sentia
ansioso e feliz. Ouvia o coração de Bella acelerado e o meu, se pudesse, estaria acelerado.
Queria poder ser humano para desfrutar disso também ... queria sentir meu coração
palpitando por ela. Assim que ouvi seus passos abri meus braços para que ela entrasse e
viesse direto para mim. Bella congelou na porta, eu me levantei e a peguei em meus braços.
– Bem vinda de volta. – Disse baixinho em seu ouvido.
Assim que ela estava aninhada eu me sentei e ouvi seu coração galopando no peito,
Bella estava feliz e excitada por estarmos alí ... e alí ficamos juntos por alguns minutos em
silêncio.
– Você foi embora? – Ela me disse tocando na minha camisa.
– Eu não podia sair daqui com as mesmas roupas que cheguei ... o que os vizinhos iam
pensar? – Disse a ela, mas Bella fez beicinho para mim ... isso me desmontou e tive que me
desculpar. – Você estava profundamente adormecida; eu não perdi nenhum detalhe. – Bella
arfou e me olhou. –Você só começou a falar hoje cedo.
– O que você ouviu?
– Você disse que me amava. – Disse olhando nos olhos dela. Foi ótimo dizer aquilo para
ela.
–Você já sabia disso. – Ela me disse e abaixou a cabeça.
– Foi bom ouvir, do mesmo jeito. – Disse falando baixinho para ela.
– Eu amo você. – Ela me disse depois de esconder o rosto no meu ombro. Senti todo meu
corpo se aquecer naquele momento, segurei minhas mãos para não abraçá-la mais e
machucá-la. Queria poder beijá-la ...
– Você é minha vida agora. – Confessei.
Disse a Bella o que estava guardado dentro de mim, me dei a oportunidade de
confessar o que eu sentia, mas dizer que a amava era pouco ... minha vida estava em suas
mãos ... ela era a minha vida. Sem Bella eu não teria o porque em viver ... sem Bella a
minha vida passaria a não ter mais graça, mais luz, mais vida. Bella se tornou a coisa mais
importante da minha não-vida, ela a transformou em Vida. Ficamos então alí, abraçados
enquanto eu movimentava a cadeira de balanço lentamente até que o dia foi clareando. Por
mim eu ficaria todo o dia alí, mas Bella tinha que comer.
– Hora do café da manhã. – Disse para Bella ainda em meu colo. Seu corpo arfou e Bella
levou suas mãos ao pescoço se virando com os arregalados. “O que ela está pensando?
Que é hora do MEU café da manhã?”, levei um susto com aquela reação.
– Brincadeirinha. – Bella disse rindo para mim. – E você disse que eu não sabia atuar.
Não gostei daquela brincadeira, aquile assunto era uma coisa muito séria, mas
parece que Bella não entendia.
– Isso não é engraçado. – Disse com a cara fechada.
–Foi muito engraçado, e você sabe disso. – Ela me disse e fixou seus olhos nos meus. Como
resistir? Não havia como. Bella já estava descobrindo meu ponto fraco ... ela.
– Será que eu devo refrasear? ... Está na hora do café da manhã para os humanos. – Me
corrigi.
– Oh, tudo bem. – Ela concordou e ensaiou um sorriso no canto da boca.
Bella não se assustava facilmente então resolvi brincar mais com ela, como Bella
havia feito comigo ... mas de uma forma mais ... do meu jeito, mais eu. Eu me sentia à
vontade, me sentia em casa e feliz ao lado dela. Bella era leve como uma pluma para mim,
então a peguei gentilmente, mas rapidamente... joguei seu corpo em meu ombro e corri
escada a baixo para a cozinha. Dessa vez ela reclamou um pouco mas nem deu tempo de
ficar zangada comigo, a coloquei rapidamente sentada na cadeira da cozinha. Bella parecia
ter se divertido, na verdade. “Gostei disso”, pensei e ri.
–O que tem pra o café da manhã? – Bella me perguntou um pouco ofegante mas de bom
humor.
– Er, eu não tenho certeza. O que você quer? – Perguntei enquanto em minha mente ia
repassando os programas de culinária tentando encontrar algo que pudesse agradá-la.
– Está tudo bem, eu sei me cuidar sozinha. Me observe caçar. – Ela me observou e
levantou. Bella não tinha consciência das minhas “habilidades culinárias”
Fiquei de pé observando enquanto ela levantava e seguia em busca de “sua caça”, ri
em pensamento. A comida humana era degradantemente nojenta aos meus olhos ... não
conseguia imaginar como aquelas coisas nojentas já foram atrativas para mim. Décadas me
alimentando somente com o sangue e mais nada, mudou completamente a minha visão em
relação ao alimento, ele passou a ser apenas um artifício para evitar o ataque.
– Eu posso pegar alguma coisa pra você? – Bella me perguntou assim que se sentou à mesa
trazendo uma tijela com cereal e leite. “Eca!”, pensei.
– Só coma, Bella. – Disse e fiquei observando enquanto ela comia. “Eca”, pensei
novamente.
Ficamos trocando olhares o tempo todo. Bella me analisava e eu fazia o mesmo.
Fiquei pensando na conversa que eu tive com a minha família e na melhor forma de
conversar com Bella ... na melhor forma de perguntar se ela gostaria de ir à minha casa,
conhecer a minha família.
– O que está na agenda pra hoje? – Ela me perguntou.
– Hmmm. – Essa seria a oportunidade perfeita. –O que você diria de conhecer minha
família? – Bella engoliu seco. Eu a peguei de surpresa e dessa vez ela não teve tempo de
pensar em reagir de forma casual. –Você está com medo agora?
– Sim. – Ela me disse.
– Não se preocupe. Eu vou te proteger. – Disse e sorri para ela. Claro que eu a protegeria.
– Eu não estou com medo deles. – “O que?”, pensei. As reações de Bella sempre eram
imprevisíveis. – Eu estou com medo que eles... não gostem de mim. Eles não vão ficar,
bem, surpresos por você levar alguém...como eu... pra casa pra conhecê-los? Eles sabem
que eu sei deles? – “Incrível.”, pensei.
– Oh, eles já sabem de tudo. Eles fizeram apostas ontem, sabia? – Sorri lembrando da
aposta de Jasper e Emmet. – Eles apostaram se eu ia te trazer do volta ou não, apesar de eu
não ter idéia do porque eles apostaram contra Alice. Sob qualquer perspectiva, nós não
temos segredos na minha família. Não é nem possível, já que eu leio mentes e Alice vê o
futuro e tudo mais.
– E Jasper fazendo você ficar mais calmo quando você estava com vontade de botar tudo
pra fora, não se esqueça disso. – Bella me disse tranquilamente.
– Você estava prestando atenção. – Disse sorrindo para ela.
– Eu aprendi a fazer isso de vez em quando. Então Alice me viu voltando? – Ela então
aproveitou a deixa e me fez uma pergunta que parecia estar guardada há um bom tempo ...
uma pergunta que eu não queria responder ... não ainda.
– Algo assim. – Tive que mentir, não queria pensar nas visões de Alice. Me virei então
para a janela que dava para os fundos de sua casa... não queria encará-la mas não
consegui fugir por muito tempo, Bella encontrou meu olhos rapidamente, ela havia
percebido que eu escondia algo. Tive que ser rápido e mudar de assunto. – Isso ai é bom?
– Disse me referindo ao seu café da manhã. – Honestamente, não parece muito apetitoso. –
Disse fazendo uma careta para a tijela.
– Bom, não é um urso pardo irritado ... – Bella disse de forma casual mas percebi uma
ruga entre seus olhos. Ela abaixou a cabeça querendo fugir dos meus olhos.
– E eu acho que você devia me apresentar ao seu pai também, eu acho. – Disse depois de
encontrá-los novamente sorrindo para ela.
– Ele já te conhece. – Ela disse tranquilamente. .
– Eu quero dizer ... como seu namorado. – Queria fazer as coisas do jeito certo.
– Porque? – Ela me disse depois de me encarar com olhos duvidosos.
– Não é esse o costume?
– Eu não sei. – Ela me disse. – Isso não é necessário, sabe. Eu não espero que você... finja
por minha causa. – Bella pareceu meio sem graça.
– Eu não estou fingindo. – Garanti. Eu tinha total e plena consciência de tudo em relação a
ela. Bella pareceu meio desconfortávl, mordeu o lábio como fazia quando estava tensa.
“Ela não quer me apresentar a seu pai como namorado? Por que? O que ela tem medo? ,
várias perguntas iam passando pela minha mente. A insegurança me invadiu. Precisava
saber. – Você vai dizer pra Charlie que eu sou seu namorado ou não?
– É isso que você é? – Ela me disse.
– Eu tenho que admitir que já não sou mais um garoto. – “Nem de perto.”
– Na verdade, eu tinha a impressão de que você era algo mais. – Ela me disse com a
cabeça baixa.
“Alívio”, pensei. Eu estava o tempo todo pensando que ela teria receios de me
apresentar para seu pai por causa da minha “essência”. “Tolo.”, pensei. Eu ainda tinha
muito o que entender sobre Bella. Me aproximei da mesa, passei meu braço e levantei seu
queixo. Eu precisava olhar em seus olhos castanhos.
– Bem, nós não temos que massacrá-lo com todos os detalhes agora. – Disse me referindo
as noites que passava ao seu lado. – Mas ele precisa de alguma explicação para o motivo
que eu fico aqui tanto tempo. Eu não quero que o Chefe Swan me dê uma ordem de prisão.
– Você vai ficar? Você vai ficar aqui mesmo? – Bella me disse mais animada.
– Até quando você me quiser. – Eu confirmei.
– Eu sempre vou querer você ...Pra sempre. – Bella me disse olhando em meus olhos.
Eu podia ver a chama em seus olhos. Bella estava falando sério, mas o “Pra
Sempre” dela não seria o mesmo que o meu ... eu não faria aquilo com ela. Não deixaria
que a visão de Alice se tornasse real. Dei a volta na mesa e meu inclinei para acariciar seu
rosto. “Eu te amo ... mas não vou fazer isso com você.”.
– Isso te deixa triste? – Bella me perguntou. “Muito.”. Fiquei pensando por alguns
momentos em como seria ... em como seria maravilhoso ter uma eternidade ao seu lado.
Mas aquilo não seria justo com ela, não poderia impor a ela uma vida como a minha.
– Você já acabou. – Tinha que mudar o rumo da conversa.
– Sim. – Ela me respondeu ficando de pé.
– Vá se vestir- eu vou esperar aqui. – “Vou ficar ansioso aqui, na verdade ... Não demore,
meu amor.”, pensei.
Fiquei na sala da casa de Bella observando as fotos dela, desde bebê até a
adolescência. O Chefe as mantinha carinhosamente na ordem. “Ela foi um bebê lindo”,
pensei. Foi a minha primeira vez em sua sala e a primeira vez que vi fotos antigas de Bella.
Aproveitei aquele momento só, para ligar para casa e avisar da nossa visita matinal.
– Oi, Edward. – Carslile me saudou.
– Vou levar Bella para conhecer a família. Ela aceitou o convite. – Informei a ele.
– Isso é ótimo, Esme ficará muito feliz. – Carslile pareceu satisfeito.
– Uhmm. E os outros?
– Eles vão gostar com certesa. Rosalie e Emmet ainda estão fora. – Ele me disse.
– Vou ligar para eles e para Jasper também. – Me preocupei em conversar com Jasper para
que ele guardasse distância. Jasper ainda não se sentia à vontade entre os humanos, era
muito difícil para ele.
– Não se preocupe com Jasper. Vi Alice conversando com ele. Estará tudo sob controle,
não se preocupe com isso. – “Alice ... sempre Alice”.
– Ok. Vou ligar para Emmet então. – Disse e me despedi de Carslile.
A conversa com Emmet foi tranquila, o complicado foi manter me manter tranquilo
com os insultos que ouvi de Rosalie ao fundo da ligação, mas Emmet contornou e prometeu
mantê-la longe. Ele iria tentar conversar com Rosalie.
“– Tudo bem ... Eu estou decente”, ouvi Bella dizer enquanto descia a escada. Me apressei
para esperar por ela. Bella estava linda ... mas não reparou onde eu estava e se chocou
comigo, ela quase caiu para trás. A equilibrei e segurei seu corpo um pouco longe do meu
... a sensação do corpo dela tão próximo do meu despertou um calor dentro de mim e se
misturou com a sede que ardeu em minha garganta quando seu cheiro invadiu a minha
mente. Assim que eu me senti mais controlado trouxe seu corpo mais perto do meu e a
abraçei.
– Errada de novo. – Disse em seu ouvido. – Você está muito indecente ... ninguém devia ser
tentadora assim, não é justo.
– Tentadora como? Eu posso me trocar... – Bella disse preocupada.
– Você é muito absurda. – Bella não entendia. – Será que eu devo explicar como você é
tentadora pra mim?
Disse para ela enquanto sentia a excitação me dominando. Beijei sua testa. Sentir
sua pele na minha boca foi maravilhoso então, como se não pudesse evitar, passei meus
dedos por toda a extensão de sua coluna. Minha respiração foi acelerando ... Precisava
sentir novamente sua boca na minha, então baixei minha cabeça lentamente, testando meus
limites e toquei levemente meus lábios nos dela. Seus lábios era fogo contra o gelo dos
meus ... uma sensação maravilhosa e prazeirosa me invadiu. “Uhmmm”, pensei. Assim que
seus lábios se separavam seu hálito me invadiu junto com o calor de seu corpo, mas foi
demais para ela e Bella desmaiou em meus braços.
– Bella? ... Bella? – Chamei algumas vezes por ela enquanto a erguia em meus braços.
Aquilo me assustou. Bella estava mais pálida que o normal.
– Você...me...deixou...tonta. – Ela disse assim que começou a recobrar a consciência.
– O que é que eu faço com você? Eu te beijei ontem e você me atacou! Hoje você desmaia
nos meus braços! – Disse gemendo para ela. “Terei que ser mais cuidadoso.”, pensei e
Bella sorriu para mim. – É isso que eu ganho por ser bom em tudo. – Suspirei brincando
com ela.
– Esse é o problema. – Bella disse parecendo estar tonta. – Você é bom demais. Muito,
muito bom. – “Uhmmm. Isso é bom. É bom saber que ela sente isso.”, pensei orgulhoso
por mim mesmo.
– Você está enjoada? – Perguntei. A única vez que a vi pálida daquele jeito foi no dia da
tipagem sanguínea na escola.
– Não ... não é o mesmo tipo de tontura. Eu não sei o que aconteceu. – Ela disse
balançando a cabeça. – Eu acho que esqueci de respirar.
– Eu não posso te levar a lugar nenhum desse jeito. – Bella era muito frágil, tinha que
cuidar bem de sua saúde e de seu bem estar.
– Eu estou bem ... Sua família vai pensar que eu sou louca do mesmo jeito, qual é a
diferença? – Olhei bem para ela e vi que Bella parecia falar sério.
– Eu gosto muito do tom da sua pele. – Disse acariciando seu rosto. Bella estava linda. Ela
ficou corada como que eu falei, ou fiz e virou o rosto. Ouvi seu coração bater mais rápido.
– Olha, eu tô dando muito duro pra não pensar no que eu estou fazendo, então será que já
podemos ir? – Bella me pediu ansiosa.
– E você está com medo não porque vai pra uma casa cheia de vampiros, mas porque você
tem medo que esse vampiros não aprovem você, correto? – Supus baseado nas minhas
observações e no comportamento de Bella.
– É isso mesmo. – “Acertei”, pensei.
– Você é incrível. – Elogiei Bella. Era realmente incrível sua reação em relação ao meu
mundo. Peguei sua mão e saímos de casa tranquilamente.
Em sua picape abri a porta do passageiro para ela e Bella não discutiu, estava
pensativa. Imaginei que ela estivesse sentindo medo e curiosidade ao mesmo tempo, mas eu
podia estar errado. Durante todo o trajeto Bella ficou olhando para a paisagem e às vezes
para mim. Eu só olhava para ela e para as nossas mãos unidas sobre o banco da picape
como fizemos no dia anterior.
Demoramos “um pouco” mais para chegar em minha casa do normalmente eu
levava, a picape de Bella era muito lenta. Bella observava todo o caminho e pareceu se
assustar um pouco quando saí da estrada para o caminho que levava à minha casa mas sua
expressão mudou ao nos aproximarmos. Bella pareceu deslumbrada e isso foi bom, queria
que ela se sentisse bem lá.
– Uau. – Foi o que ela disse.
–Você gostou? – Perguntei sorrindo para ela .
– Tem...um certo charme. – Bella disse tentando, em vão, passar um ar casual.
– Pronta? – Disse depois de brincar com ela. Dei um puxãozinho no seu cabelo que estava
amarrado. Eu já estava do lado de fora da picape abrindo a porta para ela antes que ela
mesmo fizesse. Ela um dia ia se acostumar com aquilo.
– Nem um pouquinho ... vamos lá. – Bella me disse e começou a alisar o cabelo. “Ela está
nervosa.”, pensei.
– Você está adorável. – Disse enquanto pegava suavemente sua mão.
Bella saiu da picape e fomos caminhando para minha casa. Bella estava tão nervosa
quanto eu, pude sentir um leve tremor em sua mão então comencei a acaricia-la. Subimos
as escadas e eu já podia ouvir Esme e Carslile ansiosos na sala, eles haviam ouvido o
barulho da picape assim que saímos da rodovia. Esme estava ansiosa e animada.
“– Assim que pudermos descer, chame por nós. Estaremos esperando aqui em cima. Jasper
já sabe que deve manter distância, conversei com ele. Fiquei tranquilo, tudo correrá bem.”
– Alice me disse em pensamento mesmo antes de eu entrar.
Fiz as honras da casa abrindo a porta para Bella. Lá dentro vi na mente de Esme e
Carslile que eles sentiram o perfume de Bella e se controlaram tranquilamente. Bella
pareceu mais deslumbrada que antes assim que entramos, ela observava tudo e eu a
observava. Bella só pareceu voltar ao nervosismo quando viu meus pais que sorriram para
Bella. Eles esperavam por um comando meu para se aproximar de Bella.
– Carlisle, Esme. Esta é Bella. – Fiz as apresentações. “Devo me aproximar?”, Carslile me
perguntou em sua mente e eu assenti com a cabeça. “Um aperto de mão acho que não será
demais, já que ela não parece se incomodar com o seu toque. Estou vendo que vocês estão
de mãos dadas.”, ele pensou e eu assenti dando o sinal positivo para que eles se
aproximassem de Bella.
– Seja bem vinda, Bella. – Carslile veio de encontro à Bella estendendo sua mão.
– É bom vê-lo de novo, Dr. Cullen. – Bella o saudou dando um passo na direção de
Carslile.
– Por favor, me chame de Carlisle. – Meu pai gostou da atitude de Bella e decidiu deixar
Bella mais à vontade.
– Carlisle. – Bella então confirmou.
“– Devo me aproximar agora?”, Esme me perguntou na sua mente e eu assenti.
Esme então sorriu e também se aproximou de Bella estendendo sua mão e apertando
a mão de Bella.
– É muito bom conhecer você. – Esme disse a Bella.
– Obrigada. É bom conhecer você também. – Bella disse tranquilamente.
“– Realmente você tinha razão ... ela reage muito bem a nós.”, Carslile disse em sua
mente.
“– Ela é muito bonita, Edward. Gostei dela.”, Esme me disse em sua mente também.
– Onde estão Alice e Jasper? – Perguntei a eles, dando um sinal positivo para Alice e
Jasper pudessem descer.
– Ei, Edward. – Alice disse assim que apareceu na escada. Ela estava muito animada por
poder se aproximar novamente de Bella.
Esme, Carslile e Jasper ficaram apreensivos quando viram Alice saltando para a
frente de Bella, mas eu não. Alice tinha tido uma visão de seu próprio futuro sobre aquele
momento então eu vi que correria tudo bem.
– Oi, Bella. – Alice a saudou e a beijou.
“Alice!”, Esme gritou em sua mente e me olhou assustada mas quando eu assenti ela
relaxou um pouco. O que me preocupava era a reação de Bella, mas como sempre ela me
impressionou. Bella pareceu congelar por menos de um segundo mas me olhou e logo
relaxou corajosamente.
– Você realmente cheira bem, eu não tinha reparado antes. – Alice disse assim que sentiu o
perfume de Bella e esta corou.
Naquela hora me preocupei, não com Alice, mas com Jasper que também havia
sentido o perfume e toda a tensão na sala, mas se controlou segurando a respiração. Pude
ver na mente de Jasper que ele sentia a insegurança de Bella. “Posso?” ele me pediu para
tranquilizar Bella e eu assenti. Bella percebeu. Foi rápido então ela logo pareceu mais
relaxada.
– Olá, Bella. – Jasper a cumprimentou assim que sentiu que ela percebeu seu dom.
– Olá, Jasper. – Bella o cumprimentou de volta, mas dessa vez mais tímida. –É ótimo
conhecer vocês todos ... Vocês têm uma casa linda. – Bella completou tentando ao máximo
manter um tom casual.
– Obrigada. – Esme agradeceu. – Estamos muito felizes por você ter vindo.
“Edward? Teremos compania em breve. Alice viu isso pouco antes de você chegar. Por
enquanto está tudo bem, mas ficaremos de olho.”, Carslile me chamou e informou em sua
mente enquanto Esme conversava com Bella, e eu assenti com a minha cabeça. Bella me
olhou mas ela não percebeu, logo se virou e viu meu piano.
Eu não fui o único que percebeu uma mudança em Bella assim que ela viu meu
piano, Esme percebeu também. Bella fitava meu piano e pensava. Em seu rosto eu vi várias
emoções, Jasper sentiu também.
– Você toca? – Esme perguntou curiosamente a Bella indicando o piano.
– Nem um pouco. Mas é lindo. É seu? – Bella respondeu. “Claro que não ... ela é tão
descoordenada. Como poderia tocar piano.”, pensei.
– Não. – Esme sorriu. – Edward não te contou que é um músico? – “Você não deu esse
prazer a ela? ... Você toca tão lindamente ...”, Esme me disse em sua mente. Ela sempre me
mimava para me ouvir tocar.
– Não. Mas eu já devia saber, eu acho. – Bella disse depois me olhou.
“Você andou se exibindo pra ela, não é?”, Esme pensou. “Eu não fiz nada..”, pensei
inocentemente mas lembrando do nosso dia na campina. Ri em pensamento.
– Edward consegue fazer tudo, não é? – Bella completou e Jasper riu baixinho. “Emmet
devia estar aqui. Ele ia adorar isso!”, Jasper pensava. “Você se exibiu, né?”, Esme
pensou.
– Eu espero que você não tenha ficado se exibido ... É uma grosseria. – Esme me
repreendeu. “Não me diga que você correu com ela?”, ela pensou.
– Só um pouquinho. – Confessei rindo da situação.
– Na verdade, ele foi modesto demais. – Bella me defendeu.
– Bem, toque pra ela. – Esme pediu, mas ela também queria me ouvir tocar.
– Você acabou de dizer que ficar me mostrando era rude. – Disse a Esme.
– Pra toda regra há uma exceção. – Ele respondeu de volta.
– Eu gostaria de te ouvir tocar. – Bella me pediu também.
– Está resolvido, então. – Esme se aproximou e me empurrou para o piano. Não larguei a
mão de Bella, queria ela comigo a todo momento.
Me sentei com Bella ao meu lado na banqueta do piano e olhei para ela, mas dessa
vez quem estava maravilhado era eu. “Estou tão feliz de ter você aqui.”, pensei. Já que
Esme tinha falado sobre o piano e ela estava tão feliz por mim e por Bella, resolvi tocar a
sua música favorita. Foi engraçado ver a reação de Bella assim que eu comecei a tocar, os
outros também riram quando Bella simplemente ficou de queixo caído, literalmente.
– Você gosta? – Perguntei a Bella.
– Você compôs isso? – Ela me perguntou gaguejando ainda parecendo confusa. Eu
assenti.
– É a favorita de Esme. – Contei a ela e Bella fechou os olhos balançando a cabeça. – Qual
é o problema? – perguntei confuso.
– Eu estou me sentindo extremamente insignificante. – Ela me disse o absurdo.
Bella não era nada insignificante, ela era tudo para mim, a coisa mais importante e
portando mais significante em minha não-vida. “Será que ela ficou com ciúmes por eu ter
feito essa para Esme?”, pensei. Resolvi então tocar a música dela, a que ela me inspirou.
As expressões no rosto de Bella foram se modificando conforme a música foi fluindo no ar.
“Ela reconheceu.”, pensei.
– Essa é inspirada em você. – Contei a ela e Bella me pareceu ficar muito feliz ao ouvir,
mas não disse nada. Vi seus olhos brilharem.
– Vamos deixá-los à sós. – Carslile disse bem baixo e rápido para todos de forma que
Bella não escutasse e todos saíram, nos dando privacidade. Jasper sentiu um clima muito
bom naquela hora.
– Eles gostam de você, sabe. Especialmente Esme. – Contei a Bella.
– Onde eles foram? – Bella me disse depois de olhar para trás e ver a sala vazia.
– Estão tentando nos dar privacidade, eu acho. – Contei a ela.
– Eles gostam de mim. Mas Rosalie e Emmett... – Bella me falou meio preocupara. Vi a
ruga entre seus olhos.
– Não se preocupe com Rosalie. Ela vai aparecer. – Disse a tranquilizando mas torcendo
para que ela não aparecesse.
– Emmett? – Ela me questionou.
– Bem, ele acha que eu sou um lunático, e é verdade, mas ele não tem nenhum problema
com você. Ele só está tentando apoiar Rosalie. – Contei a ela.
– Porque é que isso aborrece tanto ela? – Bella me perguntou intrigada.
– Rosalie tem mais problemas com... com o que você é. Para ela é difícil ter alguém de fora
sabendo da verdade. Ela está comum pouco de inveja. – Disse parte da verdade.
– Rosalie tem inveja de mim? – Bella me disse com os olhos arregalados.
– Você é humana. – Disse naturalmente e dei de ombros. – Ela também queria ser.
– Oh. – Bella murmurou para si mesma. – Porém, até Jasper.
– Na verdade aquilo foi culpa minha. Eu te disse que ele foi o último de nós a tentar se
adaptar ao nosso meio de vida. Eu pedi que ele mantivesse distância. – Contei a Bella que
tremeu levemente. “Ah! Um sinal leve de medo”, pensei.
– Carlisle e Esme? – Ela continuou.
– Eles estão felizes por me ver feliz. Na verdade, Esme não se importaria se você tivesse
três olhos e pés gigantes. Durante todo esse tempo, ela temeu por mim, achando que eu
estava perdendo algo essencial por conta da transformação, que eu era jovem demais
quando Carlisle me transformou... ela está radiante. Toda vez que eu te toco ela fica prestes
a explodir de alegria. – Contei tudo para Bella. Estava feliz por ela saber a forma de minha
família se sentir em relação a nós.
– Alice parece muito... entusiasmada. – Ela me disse. Lembrei naquela hora das visões de
Alice novamente.
– Alice tem a sua própria forma de enxergar as coisas. – Disse simplesmente.
– Você não vai me explicar isso, vai? – Ela me perguntou mas o que dizer?Fiquei calado
tentando encontrar uma forma mais suave de contar tudo, mas não encontrei. – Então o
que Carlisle estava te dizendo mais cedo? – Bella me disse e eu percebi que ela estava tão
atenta quanto nós.
– Você percebeu, não foi.
– É claro. – Ela disse e deu de ombros.
– Ele queria me contar uma novidade ... ele não sabia se era algo que ele devia compartilhar
com você. – Disse depois de analisar suas reações.
– Você vai? – Ela me pressionou.
– Eu tenho, porque eu vou ficar um pouco... insuportavelmente super protetor nos próximos
dias ... ou semanas... e eu não quero que você pense que eu sou naturalmente insuportável.
– Disse tentando tranquilizá-la.
– O que há de errado? – Bella me perguntou confusa e meio preocupada ... talvez.
– Nada errado, necessariamente. Alice viu alguns visitantes se aproximando. Eles sabem
que estamos aqui, e estão curiosos.
– Visitantes? – Ela me questionou.
– Sim, bem...eles não são como nós, é claro ... nos seus hábitos alimentares, eu quero dizer.
Eles provavelmente nem vão aparecer na cidade, mas eu certamente não vou tirar os olhos
de você de jeito nenhum, até que eles tenham ido embora. – Garanti e Bella tremeu ao
ouvir. Eu a protegeria.– Finalmente uma resposta racional! – Murmurei para ela. – Eu já
estava começando a acreditar que você não tinha o menor senso de auto-preservação. –
Bella não disse nada, virou o rosto e olhou para o resto da sala.
– Não é o que você esperava, não é? – Perguntei a Bella.
– Não.
– Sem caixões, sem caveiras empilhadas nos cantos ... eu nem teias de aranha... que
decepção isso deve ser pra você. – Disse brincando com ela e tentanto melhorar o clima ...
distraí-la caso Bella ainda estivesse preocupada.
– É tão clara... tão aberta. – Bella comentou. “Uhm. Parece que consegui.”, pensei.
– É o único lugar onde não precisamos nos esconder. – Disse a verdade. Em casa podíamos
ser nós mesmos sem precisar ficar fingindo o tempo todo, era cansativo e entediante.
– Obrigada. – Bella me disse assim que toquei a última nota de sua música.
Bella estava tão emocionada que uma ... lágrima surgiu no canto de seu olho. “Não
chore, meu amor.”, pensei. Senti naquele momento uma vontade louca de ter parte dela em
mim, sentir seu sabor ... então levantei minha mão e delicadamente enxuguei a lágrima que
caía. Olhei atentamente e vi dentro da gota que estava em meu dedo as partículas da
lágrima ... partes dela que seria desperdiçada. Não poderia permitir então num reflexo
trouxe-a rapidamente para mim. Senti em minha língua o sabor de sua lágrima. Não era
salgada, era doce como seu hálito. Foi delicioso sentir algo dela em mim. Bella me olhou
sem entender. “Será que exagerei? Será que ela não gostou?Ela vai se acostumar com as
minas reações.”, pensei e sorri para ela.
– Você quer ver o resto da casa? – perguntei a ela. Foi uma forma de ver se ela tinha
ficado chateada ou confusa.
– Não tem caixões? – Bella brincou. “Ela não ficou chateada ... isso é bom.”, pensei.
– Sem caixões. – Prometi.
Peguei sua mão para que eu pudesse levá-la para conhecer a minha casa. Bella
prestava atenção em tudo enquanto eu a observava. Eu estava muito feliz em tê-la lá ...
Emmet tinha razão ... novamente, eu queria poder não deixá-la ir embora. Passamos pelo
corredor que dava no quarto de Rosalie e Emmet, no escritório de Carslile e no quarto de
Alice e Jasper, então Bella congelou olhando para a cruz que pertenceu ao pai de Carslile,
ele a mantinha no alto da parede do corredor. Ri da expressão de espanto de Bella, tudo era
tão novo para ela como era para mim. Com certesa ela deve ter lembrado dos filmes de
terror em que as pessoas usavam colar de alho e cruzes para espantar os vampiros.
– Você pode sorrir. É mesmo um pouco irônico. – Disse para ela.
– Deve ser muito antiga. – Bella me disse contendo sua mão que estava estendida em
direção ao objeto.
– Do início da década de 1630, mais ou menos. – Disse e dei de ombros.
– Porque vocês mantêm isso aqui? – Bella me perguntou confusa, olhando nos meus olhos.
– Nostalgia. Pertenceu ao pai de Carlisle. – Contei a ela.
– Ele colecionava antiguidades? – Ela me perguntou.
– Não. Ele mesmo a fez. Costumava ficar na parede sobre o altar da sacristia onde ele
pregava. – Bella ouviu e seu rosto mudou, vi sua testa vincar. Ela se virou para a cruz e
começou a pensar.
– Você está bem? – Perguntei preocupado com sua reação. Bella não falava nada e ficar
sem saber o que ela pensava me deixava sempre nervoso.
– Quantos anos Carlisle tem? – Bella me disse ainda olhando para cima.
“Pode contar tudo a ela, Edward, sem problemas.”, Carslile me autorizou em pensamento.
Ele estava ouvindo tudo.
– Ele acabou de celebrar seu aniversário de trezentos e sessenta e dois anos. – Resolvi
contar tudo, mas com cuidado. A uma leve desconfiança de pânico eu mudaria de assunto.
– Carlisle nasceu na Inglaterra, na década de 1640, ele acha. Naquela época o tempo não
era tão contado quanto hoje, pelos menos não para as pessoas comuns. No entanto, foi logo
antes da lei de Cromwell. – Bella estava reagindo bem, então continuei. – Ele era filho de
um pastor Anglicano. A mãe dele morreu no parto. Seu pai era um homem intolerante.
Quando os protestantes chegaram ao poder,ele foi a favor da perseguição dos católicos
romanos e de outras religiões. Ele também acreditava muito fortemente no poder do mal.
Ele comandou caçadas por bruxas, lobisomens... e vampiros. Eles queimaram muitas
pessoas inocentes ... é claro que as criaturas que eles estavam procurando não eram tão
fáceis de pegar. Quando o pastor ficou velho, ele ordenou que seu filho obediente ficasse
em seu lugar. No começo, Carlisle foi uma decepção; ele não via ninguém pra acusar tão
rapidamente, não via demônios que não existiam. Mas ele era insistente e mais inteligente
que o seu pai. Ele realmente descobriu um covil de vampiros de verdade que viviam se
escondendo nos esgotos da cidade, só saindo durante a noite, pra caçar. Naqueles tempos,
quando essas criaturas não eram só lendas e mitos, era assim que eles viviam. As pessoas
pegaram suas tochas e lanças, é claro – ri com a lembrança macabra. – e esperaram onde
Carlisle havia visto um deles saindo para a rua. Finalmente, um deles saiu.
Bella prestava atenção em tudo que eu dizia, ela estava realmente interessada então
eu continuei.
– Ele devia ser muito velho, e fraco com fome. Carlisle ouviu ele chamando os outros em
Latin quando sentiu o cheiro das pessoas. Ele correu pelas ruas, e Carlisle ... que tinha vinte
e dois anos e era muito rápido ... estava liderando a perseguição. A criatura poderia
facilmente despistá-los, mas Carlisle acha que ele estava com muita fome, então ele se
virou e atacou. Ele pulou em Carlisle primeiro,mas os outros estavam logo atrás, e ele virou
pra se defender. Ele matou outros dois homens, se alimentou de um terceiro e deixou
Carlisle sangrando na rua.
“Edward! Acho que não é necessário tantos detalhes.”, Carslile pensou e eu concordei.
– Carlisle sabia o que seu pai ia fazer. Os corpos seriam queimados ... tudo que haviam sido
infectado pelo monstro tinha que ser destruído. Carlisle agiu instintivamente pra salvar sua
vida. Ele saiu pela rua rastejando enquanto o resto do bando corria atrás do demônio. Ele se
escondeu numa plantação, se escondendo numa colheita de batatas por três dias. Foi um
milagre que ele tenha conseguido se manter em silêncio, permanecer em segredo sem ser
descoberto. Então tudo acabou e ele descobriu no que havia se transformado.
– Como você está se sentindo? – Perguntei a Bella. Ela estava muito calada.
– Eu estou bem. – Ela me disse e mordeu o lábio como ela fazia sempre que estava curiosa
ou ansiosa. Seus olhos me diziam isso também e sorri para ela.
– Eu espero que você tenha mais perguntas pra mim. – Disse.
– Algumas. – Ela confirmou.
– Venha, então. Eu vou te mostrar. – Disse me divertindo.
Peguei a mão de Bella e a levei até a porta do escritório de Carslile esperando sua
permissão.
– Entrem. – Carslile nos autorizou ainda dentro do escritório. Abri a porta e entramos. – O
que eu posso fazer por vocês? – Ele nos perguntou.
– Eu queria mostrar a Bella a nossa história ... Bem, sua historia na realidade. – Disse a ele.
– Nós não pensamos que isso iria perturbar você. – Bella se desculpou.
– Nenhum problema com isso. Por onde você quer começar?
– Do carro. – Disse a virei Bella para porta. Seu coração disparou naquela hora e Carslile
riu em pensamento.
Levei Bella para ver uma pintura da época da juventude humana de Carslile que
ficava na mesma parede da porta em que entramos.
– Londres nos anos cinqüenta. – Disse mostrando para ela.
– A Londres da minha juventude. – Carslile disse ao se aproximar. Bella se assustou
quando Carslile falou mais próximo. Eu segurei sua mão firme. “Estou aqui.”, pensei.
– Você quer contar a história? – Perguntei a Carslile.
Bella se virou e viu Carslile mais perto. Carslile viu que Bella ficou um pouco
nervosa e preparou sua saída.
– Eu gostaria. Mas eu estou atrasado. O Hospital informou esta manhã que o Dr.Snow esta
doente hoje. Além disso, você sabe essas historias melhor do que eu. – Carslile disse e
sorriu novamente. “Vou deixar vocês à sós, Bella ainda não está acostumada comigo, não
quero forçar.”, ele me disse em pensamento.
Bella ficou observando Carslile sair e relaxou. Eu observava cada reação dela.
– O que aconteceu então? – Bella me perguntou assim que encontrou meu olhar. – Quando
ele percebeu o que havia ocorrido?
Olhei então para a pintura da época em que Carslile me encontrou.
– Quando ele soube em que tinha se transformado se revoltou contra isso. Tentou se
destruir, mas não é fácil fazer isso. – Disse baixinho e meio triste a parte da história de
Carslile que era a mesma que a minha.
– Como? – Bella me perguntou com o mesmo tom de voz. Aquela informação a chocou.
– Ele pulou de grandes alturas. – Tentei ser o mais casual possível. – Ele tentou afogar-se
no oceano..., mas era muito jovem na sua nova vida e era muito forte, ele tentou resistir... a
alimentação... Na época que estava novo, o extinto era maior e o pegou novamente, mas ele
estava se repelindo, tinha força e resistência para se matar de fome.
– Isso é possível? – Bella forçou a voz e me perguntou.
– Não, não há muitas maneiras com que possamos ser mortos. – Bella ia falar, mas antes
dela perguntar mais sobre esse assunto eu continuei. – Então ele ficou com fome e
eventualmente fraco. Ele ficou longe da população humana, descobriu que estava
enfraquecendo, também. Por alguns meses ele andou pela noite, buscando lugares vazios,
entediando-se. A sua sede selvagem aumentou, ele torturava-se só em pensar. Sua força
voltou e ele realizou e lá estava uma alternativa para a sua existência de um desprezível
monstro, ele aterrorizou-se. Ele não podia comer carne na sua nova vida, novamente no
outro mês ele criou uma nova filosofia, estava renascendo. Ele podia viver sem a existência
de um demônio. Ele encontrou-se de novo. Ele começou a fazer melhor uso do seu tempo.
Estava virando um gênio, estava ansioso por estudar mais. Agora ele tinha tempo ilimitado,
estudava durante a noite e fazendo planos durante o dia, ele nadou na França.
– Ele nadou na França? – Bella me perguntou intrigada. “Ela não conhece nada do
mundo.”, pensei.
– Pessoas nadam em canais todo o tempo, Bella.
– Isso é verdade. Só pareceu engraçado no contexto. – Foi bom ver que ela estava
encarando tudo numa boa
– Nadar é fácil para nós. – Contei algo que era novidade para ela.
– Tudo é fácil para você. – Ela me disse com bom humor fazendo com que o meu
melhorasse também. Fiquei observando e seu rosto parecia tranquilo. – Eu prometo que
não vou interromper de novo.
– Por que, tecnicamente, não precisamos respirar.
– Você... – Bella ia falar mas eu interrompi.
– Não, não ... você prometeu. – Disse gargalhando para ela e coloquei meus dedos frios
sobre os lábios quentes dela. – Você vai escutar a historia ou não?
– Você não pode atirar uma coisa dessas pra cima de mim e depois esperar que eu não diga
nada. – Ela murmurou entre os meus dedos. Seu hálito quente queimou meus dedos e a
vontade de beijá-la cresceu em mim novamente. Coloquei minha mão em sua nuca e ouvi o
coração de Bella palpitando mais forte. Quando eu já estava me preparando para trazê-la
para mim, Bella falou.
– Você não precisa respirar? – Ela me disse.
– Não, isso não é necessário, só um habito. – Eu disse dando de ombros.
– Quanto tempo você pode ficar ... sem respirar? – Bella me perguntou cautelosamente.
– Por tempo indefinido, eu suponho, eu não sei me sinto um pouco desconfortável sem
respirar.
– Se sente desconfortável. – Ela repetiu pensativa. Vi uma ruga entre seus olhos.
As perguntas de Bella foram fazendo sentido para mim. Ela estava calculando como
poderíamos ficar juntos, por quanto tempo, qual seriam as minhas reações ... Tudo mas eu
sabia a resposta ... Não poderíamos. Não conseguiríamos ficar juntos. Isso me entristeceu
profundamente. Eu queria poder ficar com ela, mas seria muito perigoso ... para Bella.
Baixei minha mão para não mexer muito com Bella. Eu sabia que em algum momento ela
não suportaria a proximidade do meu mundo ou eu não aguentaria a proximidade dela e a
mataria, mesmo que por acidente. Essa suposição me assustou.
Bella reparou na mudança de meu humor. Ela me olhava nos olhos e então
lentamente colocou sua mão em meu rosto.
– O que foi? – Ela sussurou para mim. Seu toque quente e despreocupado me acalmaram.
Suspirei e senti seu perfume.
– Continuo esperando que aconteça. – Disse para ela.
– Que aconteça o que? – Bella me perguntou.
– Sei que a certa altura, algo que direi a você ou algo que você verá será demais. E então
você vai fugir de mim, aos gritos. – Dei um sorriso sem graça. – Eu não vou impedi-la.
Quero que isso aconteça, por que quero que você esteja segura. E, no entando, quero ficar
com você. É impossível conscilar os dois desejos ... – Disse e olhei para Bella.
– Eu não correrei de lugar nenhum. – Ela me prometeu.
– Veremos. – Disse e sorri sem graça nenhuma novamente.
– Então, vamos continuar. Carlisle estava nadando na França ... – Bella me encorajou a
continuar. Ela me passava uma segurança que eu não tinha, mas poderia fazer um esforço
para ter. Eu faria o máximo para curtir cada momento com ela.
– Carlisle nadou na França e depois continuou por toda a Europa. Em algumas
universidades de lá, à noite ele estudava musica, ciências e medicina, e encontrou sua
permanência lá, salvando vidas humanas. Eu não poderia descrever adequadamente o
sofrimento de Carlisle durante esses dois séculos, o seu perfeito autocontrole. Agora ele é
imune ao cheiro do sangue humano e agora ele pode trabalhar com amor sem agonia, ele
encontrou uma grande tranqüilidade lá no hospital. – Contei a Bella. “Queria ter esse auto
controle o suficiente para aguentar a sede maldita que queima em minha garganta quando
estou perto de você.”, pensei.
– Ele estava estudando na Itália, quando descobriu outros lá. Eles eram mais educados e
civilizados do que os dos bueiros de Londres. – Continuei a contar tocando na tela que
mostrava os Volturi. – Esse homem foi uma grande inspiração para Carlisle, ele era seu
amigo. – Ri lembrando das memórias de Carslile. – Aro, Marcus, Caius. – Apontei para os
três na tela.
– O que aconteceu com eles? – Bella disse num tom de voz normal.
– Eles ainda estão lá. – “Claro”, pensei. – Como sempre, por quem sabe quantos milênio.
Carlisle ficou com eles por um pouco tempo, só algumas décadas. Ele tinha grande
admiração para os seus modos civilizados, refinados, mas eles insistiam em tentar curar sua
aversão por sua “fonte natural de alimento”. Eles disseram que tentaram persuadir ele, e ele
tentou persuadi-los, mas não valeu a pena. A partir daí Carlisle decidiu tentar o Novo
Mundo. Ele sonhava em encontrar outros como ele, ele era muito sozinho, como você pode
entender. Ele não encontrou ninguém por um logo tempo. Mas à medida que os monstros se
tornam contos de fada, ele descobriu que podia interagir com os humanos, de que nada
suspeirava. Ele começou a exercer a medicina, mas alguns evitavam sua companhia, ele
não podia por em risco a sua familiaridade. – Contei então parte da minha história para
Bella. – Quando a epidemia se alastrou, ele estava trabalhando a noite num hospital em
Chicago, ele tinha uma idéia girando em sua mente por diversos anos, e tinha se decidido
quase agir, desde que não poderia encontrar um companheiro, criaria um. Ele não estava
absolutamente certo de como a transformação ocorreria então ele hesitou, ele estava
sentindo-se receoso por tirar a vida de alguém, pois a sua tinha sido roubada. Ele tinha esse
pensamento quando me encontrou. Ele me ajudou, eu estava no meu leito de morte, ele
cuidou dos meus pais e sabia que eu estava sozinho, ele decidiu tentar... – Disse com a voz
baixa olhando para fora. “E aqui estou eu ... com você.”, pensei e sorri para Bella.
– E assim fechamos o círculo. – Concluí.
– Você sempre esteve com Carlisle depois disso? – Bella ainda tinha perguntas.
– Quase sempre. – Disse e a puxei para perto de mim passando minha mão por sua cintura
para seguirmos o tour de minha casa.
– Quase? – Bella insistiu. “Não vou conseguir fugir dela”.
– Bem, eu tive um pouco de rebelião adolescente, dez anos depois que eu... nasci... criado,
o que quer que você queira o chamar. Não concordara com sua vida de abstinência, e me
ressentia dele por restringir meu apetite. Assim eu fui atrás da minha própria vida.
– Sério? – Bella pareceu tranquila mas intrigada com a minha reação.
– Isso não te dá repulsa? – Perguntei enquanto subíamos a escada para o terceiro andar.
– Não. – Ela respondeu.
– Por que não?
– Acho que parece razoável. – Ela me disse e não segurei o riso ... na verdade gargalhei da
resposta dela.
– Desde a época do meu nascimento tive a vantagem de saber o que cada um ao redor de
mim estava pensado, ambos humanos e não humanos. Foi por isso que precisei de dez anos
para desafiar Carlisle. Eu podia ler sua sinceridade impecável, entender exatamente por que
ele vivia daquela maneira ... Precisei de mais alguns anos para voltar para Carslile e me
comprometer novamente com seu modo de viver. Como eu sabia do pensamento das mihas
presas, podia desprezar os inocentes e perseguir somente os maus. Se eu seguisse um
assassino por uma viela escura, onde ele atacaria uma jovem, se eu a salvasse, então
certamente eu não seria tão horrível ... – Eu ia contando enquanto seguíamos pelo
corredor. Bella prestava atenção em tudo. – Mas quando isso passou, eu voltei a ver o
monstro em meus olhos, eu não podia escapar do debito que tinha com a vida humana,
apesar de não ser uma boa justificativa. Então eu voltei para Carlisle e Esme, eles me
receberam de volta como um filho pródigo. Era mais do que eu merecia.
Bella ouvia tudo sem falar nada até que paramos em frente a porta do meu quarto.
– Meu quarto. – Informei a Bella, abri a porta e a levei para dentro. Era como um sonho
realizado ... Bella alí, no meu quarto.
Bella entrou e ficou observando tudo. Eu acompanhava cada mudança em seu rosto.
Ela pareceu gostar da visão da paisagem e ficou impressionada com a minha coleção de
CD´s. “Levei anos para juntá-los”, pensei. Quando Bella viu meu som suas sombrancelhas
arquearam. Não tinha comparação com o CD Player velho dela. Queria poder mudar isso,
mas era muito cedo, Bella não aceitaria. Ela fez uma cara engraçada quando viu o sofá e o
tapete. “Deve estar se perguntando ... Cadê a cama?”, ri em pensamento.
– Bom acústico? – Ela me perguntou.
Eu ri da única pergunta que ela me fez desde que entramos e assenti. Peguei o
controle e liguei o som, eu mantinha meu sound round de forma a ter a sensação da música
estar em todo lugar, como num show. Eu tinha deixado um CD de jazz alí na última vez em
que eu ouvi música e o som pairou por todo o quarto. Queria dançar com ela, mas lembrei
do que ela disse a Mike quando o dispensou e voltei atrás. Fiquei meio distraído enquanto
pensava e ela ia ver o CDs.
– Como você organizou isso? – Bella perguntou me tirando da visão de nóis dois dançando
alí.
– Humm ... Por um ano, é pela preferência pessoal. – Respondi casualmente.
– O que? – Bella perguntou depois de se virar e ver que eu a observava.
– Eu estava preparado para sentir... alivio. Você, sabendo sobre tudo, sem que eu precise
guardar segredos de você. Mas eu não podia esperar sentir mais do que isso. Eu gosto disso
faz eu me sentir... feliz. – Disse dando de ombros como se fosse uma coisa normal ... mas
não era, eu estava muito ... muito feliz naquele momento.
– Que bom. – Ela disse e sorriu para mim, mas uma ruga surgiu entre seus olhos. “Ela não
está dizendo a verdade”, pensei e minha testa vincou também. Bella analisou minha
expressão também. – Você ainda está esperando que eu fuja aos gritos não esta? – Ela me
perguntou e eu assenti sorrindo sem graça. – Eu odeio estourar sua bolha, mas você não é
tão assustador quanto pensa. Na verdade você não é nada assustador.
“– Ah! É?”, pensei. “– Vou te mostrar como posso ser assutador.” Sorri maliciosamente
então para ela.
– Você realmente não devia ter dito isso. – Disse abrindo um sorriso para ela.
Facilmente um rosnado surgiu no meu peito, curvei meus lábios e me posicionei
como se fosse caçar a minha presa. Ela percebeu que eu faria algo e deu um passo para trás
com os olhos fixos nos meus.
– Você não devia. – Repeti e saltei.
Como um raio peguei Bella pela cintura, segurei seu corpo grudado ao meu, virei
meu corpo e joguei nossos corpos sobre o sofá de forma a não machucá-la. “E agora?
Pareço assustador?”, pensei. Me diverti com a expressão de pânico de Bella ao me olhar
enquanto eu a prendia facilmente. Bella arfava tentando se soltar, mas claro não fazia força
o suficiente. Foi engraçado, eu sorria o tempo todo.
– O que estava dizendo mesmo? – Gruni para ela.
– Que você é muito, muito terrivelmente monstruoso. – Bella me disse sarcasticamente.
– Muito melhor assim. – Disse para ela.
– Hum ... Posso me levantar agora. – Bella disse enquanto lutava em vão para se soltar. Eu
ria dela.
“O que Edward está fazendo com Bella lá dentro?”, Jasper perguntou a Alice enquanto se
aproximavam no corredor.
“ Nada demais. Vamos lá brincar com eles.”, Alice respondeu.
– Podemos entrar? – Alice avisou antes.
Ajeitei Bella de forma em que ela permaneceu no meu colo. Não deixei que ela
saísse de cima de mim, não era preciso, não para Alice e Jasper. Eu estava me divertindo
com ela alí, Bella ficou tão envergonhada que seu rosto corou muito.
– Entrem. – Autorizei então a entrada de Alice e Jasper.
Alice entrou e se sentou no chão do quarto como ele sempre fazia quando queria
conversar. Jasper permaneceu à distância observando e sentindo o ambiente.
“Como você consegue ficar assim tão perto dela?”, Jasper me perguntou em sua mente e
eu sorri para ele. Jasper não entendia como eu conseguia. Eu simplesmente adorava ficar
com Bella, e em muitas vezes a sede desaparecia.
– Parecia que você estava almoçando Bella, e viemos ver se podíamos dividir. – Alice disse
brincando com Bella e conseguiu. Senti o corpo de Bella enrijecer no meu colo mas
relaxou assim que olhou para mim.
– Desculpe, não acredito que tenha o suficiente para desperdiçar. – Disse segurando Bella
mais forte perto de mim.
– Na verdade ... – Jasper disse ao se aproximar mais. Ele havia se sentido seguro o
suficiente e também queria testar a proximidade com Bella. – ... Alice disse que esta noite
terá uma verdadeira tempestade, e Emmett quer jogar bola. Você está no jogo?
Vi na mente de Jasper que Emmet havia retornado, mas eu estava tão entretido com
Bella que nem reparei. Depois de tanto tempo eu pensei realmente em ir, mas não queria
deixá-la ... Não trocaria um minuto com ela por causa de um jogo, por mais que eu
gostasse.
– É claro que você deve trazer Bella. – Alice percebeu meu vacilo e disse o que eu queria
ouvir. Ela tinha visto em sua visão que correria tudo bem, mas Jasper não gostou muito.
Ele ainda se preocupava com a proximidade.
– Você quer ir? – Perguntei animado à Bella já que na visão de Alice tudo ia ficar bem.
– Claro. – Bella concordou sem nem perguntar o que iríamos jogar. “Acho que ela também
não quer ficar longe.”, pensei. – Hmm, onde vamos?
– Temos que esperar o raio para jogar a bola, você verá por que. – Disse a ela.
– Vou precisar de um guarda-chuva? – Bella me perguntou e todos rimos.
– Ela vai? – Jasper perguntou à Alice.
– Não. – Alice respondeu em bom humor. – A tempestade cairá acima da cidade. Deve estar
bem seco na clareira.
– Que bom, então. – Jasper disse incidindo sobre Bella um pouco mais de entusiasmo.
– Vamos ver se Carlisle quer ir. – Alice disse ao se levantar, mas é claro que ela já sabia e
tinha planejado tudo.
– Como se você não soubesse. – Jasper brincou com Alice enquanto eles saíam do quarto.
“– Comportem-se.”, Jasper me disse brincando em pensamento.
– O que vamos jogar? – Bella então me perguntou depois que eles haviam saído.
– Você vai assistir. – Disse para ela. – Nós vamos jogar baseball.
– Vampiros gostam de baseball? – Bella disse revirando os olhos como se aquilo fosse algo
impossível.
– É o típico passatempo Americano. – Disse debochando dela. – Vamos, vou te levar para
casa. Você precisa da autorização de seu pai. – Disse colocando Bella de pé.
– Preciso de que? – Ela me disse como se aquilo fosse um absurdo.
– O que você vai dizer a ele? Você vai mentir? – A questionei.
– Não ... mas ... – Ela ia dizer mais eu a interrompi.
– Você não quer dizer a ele que está comigo. – Disse olhando pela janela quando uma
sensação ruim me invadiu. “Ela ainda não se sente segura.”, pensei.
– Não é isso. – Ela respondeu e tocou em meu rosto. – Olhe para mim. – Ela me pediu
– O que é então? – Perguntei olhando em seus olhos.
– Fico só preocupada com ... com a reação de Charlie. Ele não está preparado para isso ...
para nós. O que dizer a ele? Eu não sei como falar ... – Bella se explicou meio nervosa, e eu
vi o quão absurdo eu estava sendo.
– Me desculpe. Foi só uma insegurança. – Trouxe Bella para os meus braços.
– Eu não sou tão corajosa como você. – Ela disse então um absurdo.
Bella era muito mais que corajosa, ela era altruísta, delicada ... meiga.
– Você é muito mais que isso. – Disse acariciando seu rosto e olhando em seus olhos.
Os olhos de Bella pareciam derreter ao me fitar. Seu batimento cardíaco começou a
acelerar conforme a minha respiração acelerava. A atmosfera do quarto pareceu ficar
eletrififacada, mas dessa vez foi pior por que nossos corpos estavam colados um no outro.
Inclinei levemente meu corpo e a beijei suavemente.
Dessa vez Bella não desmaiou, ela passou os braços pelo meu pescoço e me beijou enquanto eu a erguia do chão e moldava seu corpo no meu.
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